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O Mercado e o Biodiesel


. - 21 ago 2006 - 19:23 - Última atualização em: 24 fev 2012 - 14:18

Ao considerar o aumento de consumo de combustíveis, a previsão de escassez mundial de petróleo mineral e o conseqüente aumento dos preços nos próximos anos, o biodiesel se torna um potencial inigualável para o desenvolvimento do Brasil.

Além de serem desenvolvidas formas de tributação que impulsionem o desenvolvimento da produção de biodiesel, constata-se e a necessidade de redução do preço da matéria prima, uma vez que na constituição do preço do biodiesel, 82% equivalem a matéria-prima. Como vantagens nesta análise, deve-se levar em conta a possibilidade de subtrair dos custos, os créditos obtidos através da comercialização da glicerina (resultante da reação de transesterificação) e dos papéis de carbono.

Segundo a ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o Programa Nacional de Biodiesel pode se tornar uma alternativa para o Brasil reduzir sua dependência da importação de petróleo e permitirá a geração de renda, emprego e ganhos para a balança comercial doméstica. Para isso a iniciativa e suporte públicos são muito importantes.

Biodiesel no Brasil

O Brasil pela sua imensa extensão territorial, associada às excelentes condições climáticas, é considerado um país, por excelência, para a exploração da biomassa para fins alimentícios, químicos e energéticos.

Estudos divulgados pelo NBB – National Biodiesel Board, órgão que se ocupa com a implementação do biodiesel nos Estados Unidos, afirmam categoricamente que o Brasil tem condições de liderar a produção mundial de biodiesel, promovendo a substituição de, pelo menos, 60% da demanda mundial atual de óleo diesel mineral.

No campo das oleaginosas, as matérias primas potenciais para a produção de óleo diesel vegetal, as vocações são bastante diversificadas, dependentemente da região considerada.

Por outro lado, as diversidades sociais, econômicas e ambientais geram distintas motivações regionais para a produção e consumo de combustíveis da biomassa, especialmente quando se trata do biodiesel.

Em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos quais 76% foram consumidos em transportes, 16% no setor agropecuário e 5% para geração de energia elétrica nos sistemas isolados. O país importou 16,3% dessa demanda, o equivalente a US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a utilização de biodiesel a 5% no país, demandaria, portanto, um total de 2 milhões de metros cúbicos de biodiesel.

Composição do consumo de óleo diesel


No setor de transporte, 97% da demanda ocorre no setor rodoviário, ou seja, caminhões, ônibus e utilitários, já que no Brasil estão proibidos os veículos leves a diesel. Em termos regionais, o consumo de diesel ocorre principalmente na região Sudeste (44%), vindo a seguir o Sul (20%), Nordeste (15%), Centro-Oeste (12%) e Norte (9%). O diesel para consumo veicular no Brasil pode ser o diesel interior, com teor de enxofre de 0,35% ou o diesel metropolitano, com 0,20% de enxofre, que responde por cerca de 30% do mercado.

A geração de energia elétrica nos sistemas isolados da região amazônica consumiu 530 mil metros cúbicos de diesel, distribuídos na geração de 2.079 GWh, no Amazonas (30%), Rondônia (20%), Amapá (16%), Mato Grosso (11%), Pará (11%), Acre (6%), Roraima (3%), além de outros pequenos sistemas em outros estados. Estes números se referem à demanda do serviço público. Existem grandes consumidores privados de diesel para geração de energia elétrica, como as empresas de mineração localizadas na região Norte.

Como um exercício e sem considerar eventuais dificuldades de logística ou de produção, podem ser inicialmente considerados os seguintes mercados:
- Uso de B5 no diesel metropolitano: 0,45 Mm3
- Uso de B5 no diesel consumido na agropecuária: 0,31 Mm3
- Uso de B5 para geração nos sistemas isolados: 0,10 Mm3
- Uso de B5 em todo o mercado de diesel: 2,00 Mm3