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Energia

Caramuru finaliza plano para abrir capital, de olho no mercado externo


Valor Econômico - 18 set 2007 - 07:04 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A Caramuru Alimentos, empresa de capital fechado da família Souza Rezende, decidiu abrir capital. O objetivo: captar recursos para dar início ao seu processo de internacionalização. De acordo com César Borges de Sousa, vice-presidente da empresa, a empresa já contratou bancos para coordenarem a operação.

"O que fica da empresa [com a família] é mais importante que o que se vende no processo de abertura de capital", afirma Sousa. Segundo o executivo, os sócios ainda não decidiram que percentual do capital acionário será negociado em bolsa.

Antes de solicitar a abertura de capital à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no entanto, a empresa já acelera o processo de profissionalização do conselho. Nessa reestruturação, diz Borges, o conselho estuda a contratação de um executivo sem vínculos com a família para suceder o atual presidente, Alberto Borges de Souza, que também é um dos sócios, irmão de César e filho do fundador, Múcio de Souza Rezende. "O atual presidente ainda é muito jovem, tem 57 anos, mas a empresa entende que a presença de gestores de mercado podem valorizar o preços das ações na bolsa de valores", afirma Sousa.

Esse processo, diz, será feito com "sem pressa e com serenidade", mas garante que alguns nomes já começam a ser avaliados. No ano passado, a Caramuru já avançou no processo de "profissionalização" com a contratação de João Rozário da Silva, que era vice-presidente comercial da Perdigão e passou a fazer parte do conselho de administração da Caramuru.

De acordo com Sousa, a abertura de capital - que dificilmente será concluída neste ano - garantirá à Caramuru recursos para investir em novos negócios no exterior. Nesse processo, diz Sousa, a empresa avalia a instalação de novas unidades e também investimento em negócios correlatos à sua área de atuação, como, por exemplo, a produção de biocombustíveis. Entre os países com potencial para investir estão Argentina e Índia.

"Nesse momento há um grande interesse em conhecer melhor o mercado internacional do biodiesel, especialmente na Europa, Ásia e nos Estados Unidos", diz o executivo. A formação de parceria com grandes empresas que já atuam no segmento também não estão descartadas.

Para o ano de 2007, a Caramuru estima que o processamento de soja terá um aumento próximo a 5%. No ano passado, a empresa originou 1,38 milhão de toneladas. Em receita, a previsão é de um aumento entre 15% a 20%. Em 2006, a Caramuru registrou receita líquida de R$ 1,186 bilhão e lucro líquido de R$ 14,127 milhões. "O preço da soja em reais neste ano está melhor que em 2006, mesmo com o câmbio ruim, o que certamente vai nos proporcionar melhores margens", afirma Sousa.