PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Biodiesel

Ministra alerta para interesse europeu por matéria-prima nacional


Agência Estado - 13 ago 2007 - 10:36 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Ministra da Casa Civil afirma que País pode se tornar mero fornecedor primário para a Europa a partir de 2010

RIO - A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, alertou nesta segunda-feira, 13, para o fato de a União Européia estar interessada em apenas comprar matéria-prima para produzir seu próprio biodiesel a partir de 2010, transformando países como o Brasil em meros fornecedores primários.

"É preciso estar atento a isso, porque isso pode se transformar em uma barreira para as exportações do nosso biocombustível, e não é interesse do Brasil que isso aconteça" disse a ministra em seminário sobre biocombustíveis no Rio.

Segundo ela, é preciso que o Brasil tome para si o pioneirismo de regulação sobre biocombustíveis, e não se deixe surpreender pelas barreiras que serão impostas nos próximos anos.

Em sua apresentação durante o seminário, a ministra fez questão de frisar a distorção que tem sido criada no mundo todo com a dicotomia entre a produção alimentar e a de energia. No Brasil, disse ela, essas duas produções podem conviver "tranqüilamente".

Ela citou, por exemplo, que apenas 1% da área agriculturável no Brasil será ocupada com produção de oleaginosas destinadas ao biodiesel em 2010, e outros 0,8% ao ano dessa área total serão cultivados com cana-de-açúcar.

A ministra também destacou que não há fundamento na preocupação internacional com relação ao desmatamento da Amazônia para produção de álcool ou biodiesel. "A maior concentração de usinas de álcool e produção de cana está a 2.100 quilômetros da Amazônia, o que costumamos lembrar lá fora que é uma distância equivalente ao percurso entre Madri e Moscou", disse Dilma.

A ministra destacou, no entanto, que há hoje no País a necessidade de se priorizar mais a produtividade do que o volume de produção. No caso do etanol, lembrou ela, existem várias pesquisas sendo feitas e que já obtiveram ganhos significativos nos últimos anos.

Na área de biodiesel porém, a maior produção de biocombustível vem hoje da soja, apesar do óleo de dendê ter uma produtividade três vezes maior. "É preciso repensar isso", disse a ministra.

Ainda sobre o álcool, a ministra destacou "sua fundamental importância" como regulador da volatilidade no mercado de combustíveis. "O anidro significa para o Brasil que no caso do aumento ou queda do preço da gasolina possa haver um equilíbrio de preços para o consumidor. O anidro é a base do controle dessa volatilidade. Além disso, é também um fator que economiza divisas para o País ao substituir o combustível que seria importado e permitir que o Brasil exporte mais gasolina", disse.

Kelly Lima