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Biodiesel

Pólo vai mapear cenário de biocombustíveis na América Latina


Jornal de Piracicaba - 13 ago 2007 - 14:47 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O Pólo Nacional de Biocombustíveis foi escolhido em julho para participar de um mapeamento sobre o cenário de biocombustíveis na América Latina, que será elaborado a pedido da UE (União Européia). A estimativa é de que o órgão receba 1,2 milhão de euros (cerca de R$ 3 milhões) para apontar a capacidade tecnológica dos biocombustíveis na AL. De acordo com o coordenador do pólo, Weber do Amaral, a expectativa é de que 90 pesquisadores devam iniciar o projeto em janeiro de 2008, com duração prevista de 18 meses.

A proposta elaborada pelo pólo –– que tem sede na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) –– foi selecionada entre 232 estabelecidas por consórcios mundiais, das quais somente 40 foram escolhidas. Segundo Amaral, o órgão vai colaborar também para outros quatro componentes inclusos no mapeamento dos biocombustíveis na AL, porém em menor escala: potencial de produção, comunicação, capacitação e políticas públicas. “Uma equipe da UE vem a Piracicaba para delegar as distribuições dos recursos, mas a data ainda não foi definida”, diz o coordenador.

O diagnóstico tecnológico sobre os biocombustíveis será realizado por meio de consultas aos núcleos e grupos de pesquisas do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), além de agências estaduais e de intercâmbios com as universidades. Amaral afirma que os órgãos relacionados à ciência e tecnologia de outros países também serão envolvidos. “A iniciativa privada será pesquisada no que tange ao desenvolvimento tecnológico e de inovação.”

O mapeamento proposto pela UE vai envolver os principais países da América Latina com potencial energético, como a Argentina, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, México, entre outros. Amaral explica que o potencial de produção envolve temas como o local de produção e quais as matérias-primas a serem utilizadas, como etanol, biodiesel, biogás e outras energias renováveis. “O serviço de inteligência feito pela UE vem em um momento bom para o Brasil, para que possamos saber como está o setor”, diz.

Mas as informações repassadas à UE serão sobre os projetos de domínio público. “Os europeus querem obter dados sobre o que ocorre na AL, como prevenção”, conta Amaral. Os aproximados 90 pesquisadores envolvidos –– dos quais dez são do pólo –– serão principalmente de países “chave” como Chile, Argentina e México para trabalhar os demais componentes do levantamento. “Vamos consultar os países para obter informações com eles sobre as produções tecnológicas”, conta Amaral.

Para Peter Zuurbier, diretor do escritório da Universidade de Wageningen da Holanda, instalado na Esalq e que auxilia no projeto, o programa de mapeamento poderá incentivar novos projetos de pesquisas de biocombustíveis, patrocinados também pela União Européia. “A universidade colabora com o pólo em pesquisas e debates sobre o biodiesel”, diz. Segundo ele, a procura ocorre porque UE será o maior importador de biomassa e biocombustíveis da América Latina, principalmente do Brasil.

Zuurbier ressalta ainda que a comunidade européia irá colaborar com os países latino-americanos para novas tecnologias. “Serão em duas novas linhas de pesquisas: a biorefinaria e outra sobre o uso de celulose para produção de álcool, com melhores resultados de energia e performance ambiental”, diz. A universidade de Wageningen e o pólo vão se empenhar para o sucesso do projeto, segundo Zuurbier.