Frigorífico Mondelli estuda produção de biodiesel

Empresa de Bauru admite projeto, mas ainda não revela números, nem data para a possível viabilização da proposta

A região de Bauru deve ganhar uma nova usina para produção de biodiesel com base no processamento de sebo bovino. O Frigorífico Mondelli admitiu a intenção do projeto, mas não fornece detalhes de como e quando pretende viabilizar a proposta. O grupo informa apenas que os planos fazem parte de um planejamento estratégico da empresa, que ainda está em estudo. O investimento que seria empregado na usina também não foi estimado. A direção da empresa prefere evitar o assunto, pelo menos neste momento, para não atrapalhar futuras negociações.

O Frigorífico Mondelli é um dos maiores exportadores de carne bovina do Estado de São Paulo e opera em mais de 60 países. Sua produção de sebo bovino é grande, o que viabiliza o projeto da usina de biodiesel baseada em matéria-prima de origem animal.

Em geral, o processo utilizado na produção é o da transesterificação, isto é, a reação da gordura animal ou do óleo vegetal com um tipo de álcool, impulsionada pela presença de um catalisador. O resultado que se obtém é o biodiesel e a glicerina, produtos destinados aos segmentos farmacêutico, cosmético e químico.

O projeto em estudo pelo Mondelli tem o mesmo modelo adotado pelo Grupo Bertin, de Lins, que inaugurou uma usina de biodiesel na última terça-feira, cuja matéria-prima principal é sebo de boi. A usina tem capacidade para gerar 100 mil toneladas de biodiesel - equivalente a 110 milhões de litros do combustível por ano -, destacando-se como a maior já instalada no Brasil.

Conforme a assessoria de imprensa do grupo Bertin, foram investidos R$ 42 milhões no projeto. A produção será utilizada para consumo próprio e também para comercialização. Do frigorífico da empresa em Lins sairá parte do sebo bovino para processamento na unidade de biodiesel.

A planta industrial da usina produz biocombustível a partir de qualquer gordura animal e também de oleaginosas como pinhão-manso, soja, algodão, milho, amendoim, girassol e gergelim.

A usina iniciou a produção em fase de teste em dezembro do ano passado e, atualmente, gera 200 empregos diretos. A unidade fica entre as rodovias Transbrasiliana (BR-153) e Marechal Rondon (SP-300), ao lado da Bracol, onde é feito o beneficiamento de couro bovino do Grupo Bertin.

Lucien Luiz e Patrícia Zamboni