Fornecimento de energia à base de dendê no Amazonas
Um projeto da Embrapa e do Instituto Militar de Engenharia vai fornecer energia para a comunidade de Rio Preto da Eva, perto de Manaus. A usina de biodiesel utiliza como matéria-prima o dendê.
O dendê foi escolhido para o programa por causa da alta produtividade: de quatro a seis toneladas de óleo por hectare a cada ano. Além disso, não existe entressafra - as palmeiras dão frutos o ano inteiro.
A oleaginosa, que já é utilizada na fabricação de mais de 140 produtos cosméticos, farmacêuticos e de uso culinário, está sendo transformada em biodiesel.
Os frutos são colocados em uma espécie de panela de pressão gigante por uma hora para terem a polpa amolecida. Depois são amassados para a extração do óleo bruto, um composto de cor avermelhada. O óleo é misturado com o etanol.
Todo o processo químico é coordenado por pesquisadores do Instituto Militar de Engenharia. A planta da usina de biodiesel também foi desenvolvida no IME.
A usina de biodiesel montada no meio da floresta amazônica tem capacidade para produzir até setenta e cinco mil litros de combustível por mês. O suficiente para garantir a energia elétrica de uma cidade com cinco mil habitantes. Uma comunidade da região amazônica vai ser beneficiada com o diesel produzido a partir do que a natureza oferece. “Nós estaremos trabalhando uma média de oito horas por dia de energia elétrica neste momento”, diz a engenheira química Wilma Gonzalez.
Os carros usados no programa de biodiesel queimam o óleo produzido a partir do dendê. É a prova de que a solução para muitos problemas pode estar no meio da floresta.
O dendê é extraído de uma palmeira de origem africana introduzida no Brasil.
