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Biodiesel

Ematers avaliam programa de biodiesel no Ceará


Diário do Nordeste - 23 ago 2007 - 06:14 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O Ceará é referência no Nordeste ao garantir o incentivo de R$ 150,00 para cada hectare plantado de mamona

A Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) realizou, nos últimos dias 21 e 22, uma reunião com todos os representantes das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematers) do Nordeste, no Centro de Treinamento do Banco do Nordeste, no Passaré, na Capital.

O evento teve como pauta principal o andamento do projeto Biodiesel no Nordeste e os problemas relacionadas à iniciativa em cada Estado. A programação contou ainda com questionamentos e debates sobre a política de incentivo do programa nacional, executada pelas Ematers do Nordeste, a pesquisa agropecuária com foco no biodiesel e a assistência técnica agropecuária no Nordeste com enfoque na Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater).

Durante o primeiro dia do encontro foi promovida uma oficina para sistematizar as ações na área do biodiesel, e propor novas intervenções públicas visando apoiar a atividade na agricultura familiar. No segundo dia, cada associada da Asbraer expôs como vem sendo executada a política de incentivo do programa Biodiesel, em seu Estado, para análise e intercâmbio de conhecimentos.

“Foi uma troca de experiências muito valiosa. Chegamos à conclusão de que há dois Estados, Bahia e Maranhão, que tem uma realidade diferente dos outros Estados da região, por terem como matéria-prima do biodiesel o babaçu”, ressalta o presidente da Ematerce, José Maria Pimenta.

“No Ceará, podemos dizer que o maior problema enfrentado pelo programa está na comercialização do produto e nos preços baixos repassados pelas usinas de biodiesel no Estado aos agricultores, que era de apenas R$ 0,55 por quilo de caroços da mamona”, continua José Maria Pimenta.

“Esses fatores acabaram desestimulando os produtores. Hoje, porém, o Governo do Estado paga R$ 0,70 por quilo do produto, e garante o incentivo de R$ 150 para cada hectare de matéria-prima plantada. Esse benefício é encaminhado apenas para os agricultores familiares, que possuem até três hectares de plantação”, complementa o presidente da Emater no Ceará.

De acordo com Pimenta, o incentivo de R$ 150 por hectare, pago pelo Estado, gerou o interesse de representantes de Ematers de outros Estados, onde esse auxílio financeiro não existe, durante a troca de experiência, que aconteceu ontem. “O Ceará tem muito o que contribuir e partilhar com os outros Estados”, salienta.

Pesquisas

O que chamou a atenção do presidente da Ematerce, é a riqueza em pesquisas na matéria-prima para o biodiesel, como a mamona. Muitos estudos estão sendo desenvolvidos em universidades baianas. “É algo que desejo trazer para o Ceará, esse incentivo à pesquisa científica da mamona, para melhorar a produtividade”, frisa ele.

No final da reunião, os representantes das instituições chegaram à conclusão de que, “para o projeto Biodiesel dar certo, tem que ter subsídio”, diz José Maria Pimenta.

SAIBA MAIS

Resultados alcançados pelo programa Biodiesel no Ceará, em 2007

Foram distribuídos, exatamente, 28.050 quilos de sementes de mamona para a produção de biodiesel no Estado. Com essas sementes, foi atendido um total de 2.805 produtores rurais, que juntos plantaram 5.610 hectares com mamona.

Estimativa de produção em 2007, no Estado

A Ematerce estima que o Ceará já produziu, até agora, 1.211,7 toneladas de óleo, e, ainda, que as usinas produziram 1.673,3 toneladas de torta, um bagaço proveniente da prensagem das sementes oleaginosas, na extração do óleo, e que se usa como adubo e forragem manejo da terra.