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[Análise] Planejamento da Petrobras; Dendê e Canola 07.out.09


BiodieselBR.com - 07 out 2009 - 14:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09

Mesmo com o pré-sal, a Petrobras afirma que os combustíveis renováveis continuarão sendo importantes para a empresa e que os investimentos previstos no setor serão mantidos. Foi o que repetiu o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, em diversas oportunidades nas últimas semanas.

O discurso da empresa está alinhado com as preocupações mundiais em relação ao meio ambiente e qualquer postura contrária à adotada seria extensamente criticada.

A entrada da Petrobras na produção de biodiesel foi rápida se comparada com o etanol, em que a empresa ainda dá os primeiros passos. No biodiesel, logo após a promulgação da lei no 11.097, em 2005, a empresa anunciou a construção de três usinas que hoje estão produzindo e com previsão de ampliação.

Compra de usina
No entanto, é bom lembrar que o planejamento da estatal prevê também, além dessas ampliações, a aquisição de duas usinas de biodiesel (ou parcerias) já em 2009, com capacidade somada de 230 milhões de litros por ano. Isso significa que em menos de três meses a Petrobras deve fazer algum anúncio nesse sentido.

Se não o fizer, mesmo que não tenha encontrado uma boa oportunidade, isso poderá ser interpretado como um recuo no planejamento estratégico, que contraria as palavras do atual presidente.

Dendê

O consórcio Vale/Biopalma para o plantio e produção de óleo de dendê deu mais um passo na expansão da lavoura. Adquiriu 2 milhões de mudas para o projeto, mesmo sem um programa oficial de apoio à cultura. Programa este que está sendo arquitetado pelo Ministério da Agricultura e cuja divulgação deve acontecer até o final do ano, independentemente de mudanças no novo código florestal. Pela legislação atual, só é permitido utilizar 20% da área, devendo o restante ser mantido como reserva legal.

O Brasil precisa deixar de ser importador de óleo de dendê. O país tem a maior área agrícola disponível para o plantio da palma do planeta, mas ainda está muito atrás da Colômbia. Boa parte das mudas plantadas pela Colômbia foi vendida pela Embrapa. Tecnologia brasileira aproveitada em outros países e desperdiçada por aqui.

Importante ressaltar que 1 milhão de hectares de dendê produzem um volume de óleo equivalente ao de 10 milhões de hectares de soja.

Canola

Nas últimas décadas, diversas tentativas de produção em escala da canola foram iniciadas no Brasil por diversas empresas e cooperativas. E a cultura não se estabeleceu.

Agora, com o zoneamento agrícola, com financiamento e com a garantia de compra que algumas usinas de biodiesel estão oferecendo aos produtores, a cultura deve se firmar. Por ser uma cultura de inverno, ela é mais uma alternativa para rotação, cobertura de solo e principalmente fonte de renda no período. O centro-sul do país possui milhões de hectares de terras propícias para o plantio de diversas culturas de inverno, como o trigo, a canola, a linhaça, a aveia, entre muitas outras de menor importância. O “celeiro do mundo” não pode continuar importando óleo de canola.

Preço do óleo

Durante o mês de setembro e nos primeiros pregões de outubro, a cotação do óleo de soja tem se mantido entre os U$ 0,33 e U$ 0,35 por libra peso na bolsa de Chicago. No mercado interno, após se manterem entre R$ 1.800,00 e R$ 1.850,00 por tonelada (posto São Paulo, com 12% de ICMS) nos últimos trinta dias, as cotações subiram bastante ontem. Hoje (7/10), os preços giram em torno de R$ 1.930,00. A valorização do real nos últimos dias não tem ajudado a derrubar os preços. O que mais está pesando na formação de preços neste último trimestre é a previsão de estoques de óleo apertados para a entressafra brasileira.