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[Análise] A maior usina de biodiesel do Brasil


BiodieselBR.com - 16 nov 2008 - 22:14 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:07

A CBEAR – Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis (nome de fantasia Paraná Biodiesel), divulgou nesta semana o município de Irati, a 140 km de Curitiba, como o local da maior usina de biodiesel do Brasil, com capacidade para 600 milhões de litros ano.

A tecnologia deve ser da alemã Lurgi.

Os prazos e números que envolvem este projeto são ousados. O início de operação está previsto para fevereiro de 2010, ou seja, daqui a 14 meses. Neste mês a usina deverá produzir sua capacidade máxima em função do contrato de exportação.

O projeto prevê a construção de 15 entrepostos de recebimento de grãos espalhados em pontos estratégicos nos 68 municípios de abrangência do projeto. Na realidade estes entrepostos são unidades de recebimento e beneficiamento de grãos que envolvem moegas, máquinas de limpeza, secadores e silos, além da parte administrativa e balança rodoviária.

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Para produzir 50 milhões de litros de biodiesel de soja por mês serão necessárias 270 mil toneladas de soja, esmagar 9 mil toneladas dia.

A parte mais ousada do projeto é a de produção de canola e girassol. A empresa pretende até 2012 substituir a maior parte do óleo de soja por óleo dessas duas oleaginosas em sua produção de biodiesel.

Para alcançar 50% de substituição de óleo de soja, serão necessárias 300 mil toneladas de óleo de girassol e canola. Pelos dados da CONAB, em 2009 o Brasil produzirá 160 mil toneladas de girassol, que irão produzir cerca de 64 mil toneladas de óleo. A produção de canola é tão inexpressiva no Brasil que a CONAB nem a cita e seus relatórios. Portanto, a empresa pretende em três ou quatro anos, saindo do zero, alcançar 300 mil toneladas de óleo de canola ou girassol. Se metade desse volume for girassol eles terão que produzir quase três vezes mais girassol do que se produz hoje no Brasil. Projeto semelhante quem teve foi a Brasil Ecodiesel. E se a outra metade for canola a produção terá que partir quase do zero.

Das três oleaginosas que a empresa pretende usar somente a soja pode atender no momento. E mesmo assim o número impressiona, pois sozinha a empresa precisará anualmente de 5% de toda a soja produzida no Brasil ou de cerca de 30% de toda a soja do Paraná.

Mas apesar da ousadia é possível que aconteça. A empresa precisa levar conhecimento, tecnologia e principalmente credibilidade e confiança junto a seus integrados. Os resultados em produção agrícola, em casos como este, não acontecem de um ano para outro, mas em um período entre cinco e dez anos, se São Pedro ajudar e se poucos erros forem cometidos.

E os recursos financeiros? Neste momento de crise de crédito soa muito estranho, mas a empresa afirma que 870 milhões de reais vão estar a disposição.