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[Análise] Os estoques de biodiesel


BiodieselBR - 20 jul 2008 - 21:10 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

Os estoques de biodiesel podem estar em níveis críticos neste momento. Conforme informação da Gazeta Mercantil, no final de maio só restavam 18 milhões de litros de biodiesel nos estoques da Petrobras. Isso representa pouco mais de uma semana de consumo de B2 ou menos de cinco dias de uso do B3.

Sabendo do risco de desabastecimento que corria, a Petrobras realizou leilões emergenciais no final de maio e começo de junho. Com esses leilões a Petrobras provavelmente conseguiu evitar a diminuição dos estoques e talvez até aumentá-los um pouco. Contudo, com o início do B3 em julho, a situação pode ter ficado complicada.

Com o B3 passam a ser necessários cerca de 111 milhões de litros de biodiesel por mês, cerca de 35 milhões de litros a mais do que o recorde de produção registrado em maio.  Esse volume é perfeitamente possível, principalmente se levarmos em conta que a produção de maio contou com apenas cinco milhões de litros da Brasil Ecodiesel, sendo que ela já produziu mais de 30 milhões em um único mês e tem capacidade mensal autorizada para produzir mais de 50 milhões de litros. Devemos considerar também a Agrenco, que tem que entregar mais de 13 milhões de litros somente em julho. Se somadas as produções dessas duas e das demais usinas, percebemos que não será difícil garantir o B3.

O problema aparece quando se leva em conta que a Agrenco está passando por problemas administrativos e a Ecodiesel esteve longe de entregar sua cota de biodiesel nos últimos três meses. Essas duas empresas são fundamentais para suprir a demanda de B3 - a Ecodiesel mais que a Agrenco pelo volume arrematado no leilão.

Nesse cenário, é muito provável que a Brasil Ecodiesel entregue praticamente todo o biodiesel vendido nos leilões e a Agrenco fique aquém dos 13 milhões neste mês de julho. A Ecodiesel entregará o que foi contratado por uma questão de sobrevivência. Se não o fizer estará praticamente “pedindo para sair” do setor, o que é altamente improvável para uma empresa que só atua com biodiesel. Já a Agrenco deve entregar pouco mais da metade do contratado neste primeiro mês, já que sua produção na primeira quinzena foi comprometida com a prisão de alguns de seus administradores. Segundo apurado pela BiodieselBR, no entanto, a produção está voltando ao normal nesta última quinzena do mês.

Dessa forma, é provável que neste primeiro mês de B3 a Petrobras tenha que gastar mais um pouco do seu pequeno estoque, o que parece não incomodar a gigante do petróleo. Se achasse que fosse faltar biodiesel ela teria feito mais leilões emergenciais para entrega no mês de julho, o que não aconteceu.

A análise desta semana continua na página:
A disputa pela Agrenco
Os leilões de agosto