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[Análise] Biodiesel: Brasil X Argentina


BiodieselBR.com - 27 abr 2009 - 14:24 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Análise Semanal 27.abr.09

Brasil x Argentina
Diferentemente do Brasil, a produção de biodiesel na Argentina não tem apoio do governo e não foi criado nenhum programa para este biocombustível. A construção de usinas e a elevada produtividade argentina em 2008 aconteceram somente pelo aspecto econômico. Os empresários viram oportunidades de lucros e construíram usinas. Muitas, antes mesmo da criação da lei que prevê mistura obrigatória a partir de 2010.

E mesmo sem o apoio do governo, em 2008 a produção do país vizinho foi maior que a brasileira. Os argentinos aproveitaram o alto valor do petróleo, o câmbio interno e as reduções de impostos para exportar. Esses fatores se tornaram evidentes no último trimestre de 2008, quando o governo aumentou as retenções e o petróleo baixou de preço, despencando as exportações para cerca de 70 milhões de litros mensais, após terem atingido quase 170 milhões de litros em meses anteriores.

No Brasil a exportação é liberada, mas o real valorizado e o incentivo à exportação do grão de soja tornam o biodiesel pouco competitivo internacionalmente. Esses fatores foram determinantes para que o Brasil produzisse cerca de 31 milhões de litros a menos que a Argentina no ano passado.

No país vizinho as usinas de biodiesel foram construídas em sua maioria por empresas que já operavam na industrialização da soja. Já no Brasil, apenas ADM, Caramuru, Granol e Oleoplan são verticalizadas na extração de óleo de soja e a Bracol no sebo bovino. Para essas empresas, biodiesel não é o negócio principal e elas podem suportar períodos de baixa produção, mas grande parte das outras usinas brasileiras tem o biodiesel como principal produto. Por isso seria importante para o setor que tivesse início, dentro do governo, uma preocupação com as razões que permitem a exportação argentina de biodiesel e o que impede o Brasil de fazer o mesmo.

A baixa produção
A Argentina é o terceiro maior produtor de soja do mundo e o maior exportador de óleo e farelo de soja. A transformação deste óleo em biodiesel visa agregar mais valor ao produto e aproveitar alguns incentivos fiscais. Incentivos estes que, com a queda da arrecadação, o governo retirou, diminuindo a competitividade externa do biodiesel. E para agravar ainda mais os problemas, a União Européia iniciou a aplicação de sobretaxa ao biodiesel importado dos Estados Unidos, em função de provável dumping. Mas é a crise internacional e o baixo preço do petróleo que estão entre os principais fatores para a queda de produtividade.

Na Argentina a produção de biodiesel é quase exclusivamente para exportação, o que lhe deu posto de terceiro maior exportador deste combustível em 2008.

O uso de biodiesel no país não é obrigatório até janeiro de 2010, quando terá início a mistura de 5% no diesel. Esse mercado obrigatório será de aproximadamente 800 milhões de litros por ano. Usinas, distribuidoras de petróleo e governo estudam a antecipação de ao menos parte deste percentual de mistura ainda para este ano, o que ajudaria a manter os cerca de 5.000 trabalhadores que estão diretamente ligados à produção, assim como a manter o parque industrial funcionando.


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