[Análise] O resultado do 16º leilão

O leilão da semana passada marcou o início oficial do B5 para o setor. Foi um começo tranquilo e melhor que o esperado. Das 40 usinas que participaram do leilão, 19 venderam mais que 70% de sua capacidade autorizada e 28 venderam mais que 60%. Ou seja, teve biodiesel para todo mundo e não vendeu apenas quem arriscou um pouco mais buscando um lucro ainda maior.

Confirmando as expectativas, a Granol foi a empresa que mais vendeu biodiesel (80 milhões de litros) e a ADM ficou com a usina que mais arrematou (68,76 milhões de litros). A surpresa ficou por conta da Petrobras que vendeu “apenas” 60% do biodiesel que poderia vender.

Petrobras
Esse volume mais baixo não foi por que a Petrobras não conseguiu vender os 80% permitido, ela sequer ofereceu 80%. Dos 21,72 milhões que cada usina poderia ofertar, a estatal ofereceu apenas 18 milhões nas usinas de Montes Claros (MG) e Candeias (BA) e 17,1 na usina de Quixadá (CE). Esse volume corresponde a cerca de 66% do biodiesel que ela poderia ofertado. Dentre os vários motivos que podem ter levado a Petrobras tomar essa decisão, o que parece mais sensato é de que a capacidade real de produção de biodiesel ainda não atingiu a capacidade autorizada. Como as ampliações de sua capacidade saíram recentemente, as usinas podem não estar totalmente prontas para operar na plenitude. Se este for o motivo, no próximo pregão a estatal virá com força total e venderá todo o biodiesel que puder.

Cargill
O leilão também marcou a estreia da Cargill no setor de biodiesel. Apesar no nome da empresa não figurar entre as usinas autorizadas e participantes do leilão, ela se fez presente. A Innovatti é uma empresa da Cargill, com capacidade anual autorizada de 10,8 milhões de litros e que está na lista de usinas da ANP há bastante tempo, mas só agora resolveu participar do leilão. Na sua estreia conseguiu vender todos os 80% que podia ao preço médio de R$ 2,299. Todas as demais empresas estão atentas as próximas movimentações da Cargill, que pode construir uma usina bem maior nesse mercado.

Preço
Além das boas vendas no leilão, a tendência de queda no preço interno do óleo de soja está ajudando a animar o setor. O óleo de soja que vinha com seu preço um pouco acima de R$ 2.000,00 por tonelada com ICMS posto São Paulo, recuou para perto de R$ 1.900,00, mesmo com a alta na bolsa de Chicago que alcançou na semana passada, em algumas posições, cotação acima de U$ 0,40 por libra peso. A última vez que o valor ficou acima dos U$ 0,40 por libra peso foi no inicio de outubro de 2008.

As usinas que venderam no leilão para entrega no primeiro trimestre de 2010 vão agora entrar no mercado de óleo de soja para garantir a matéria-prima necessária ao menos para os primeiros 45 dias do trimestre. Com a entrada da safra em meados de fevereiro, a tendência é que os preços do óleo no mercado interno voltem a se alinhar com os preços internacionais. Com esta expectativa algumas usinas vão retardar ao máximo parte de suas compras.

Veja abaixo o resultado do leilão por empresa:


BiodieselBR.com