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Análise da Semana: 27.jul.07


BiodieselBR - 27 jul 2007 - 17:18 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 27.jul.07

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O governo deverá enviar ao Congresso Nacional em agosto, no início dos trabalhos parlamentares, um projeto de lei que será um marco regulatório para o setor de biocombustíveis. O projeto de lei pretende estabelecer um zoneamento agrícola, econômico, socioambiental e climatológico, delimitando áreas e regiões para o plantio de culturas para a produção de biocombustíveis, incentivando o plantio destas culturas em áreas degradadas pela pecuária, proibir o plantio de cana-de-açúcar e oleaginosas para biodiesel na região amazônica e pantanal, e ainda criar um selo ambiental para as usinas que estiverem em conformidade com essa lei. Estima o governo que exista entre 30 e 40 milhões de hectares nesta situação.

Este projeto na realidade é um macro zoneamento agrícola brasileiro, e é necessário para evitar que interesses econômicos falem mais alto que a preservação ambiental, e também para dar uma resposta aos países que temem a derrubada de nossas florestas, destruição de ecossistemas e trabalho escravo em prol dos biocombustíveis.

Produtores rurais brasileiros precisam também que seja feito zoneamento agrícola estadual e até municipal para terem direito a financiamentos. O governo precisa definir com urgência onde e quais oleaginosas devem ser plantadas, afinal o biodiesel está em uma corrida contra o tempo. A partir de janeiro de 2008 o país precisará produzir setenta milhões de litros de biodiesel por mês para atender a mistura de 2% de biodiesel ao diesel, hoje nossa produção mal alcança os 20 milhões de litros mês.

É preciso levar em conta ainda que quanto mais facilidades as usinas de biodiesel tiverem na obtenção de matéria-prima e na comercialização do biodiesel, mais barato será o biodiesel vendido por elas, conseqüentemente, menor será o preço do B2 pago a partir de 2008.

O alto preço do óleo de soja inviabiliza a produção de biodiesel, com isto o setor precisa encontrar alternativas. Para o agronegócio da soja, a segunda safra, safrinha ou safra de inverno, são opções viáveis. As oleaginosas plantadas na safrinha no Centro-Oeste ou na safra de inverno na região Sul não são contempladas com linhas de financiamento, também por falta de zoneamento agrícola. Incluir estas culturas nestas linhas de crédito será o primeiro passo para que seja iniciada no Brasil a produção de oleaginosas específicas para biodiesel, ajudando com isto a resolver o grave problema da falta de óleos vegetais.


Mini-usinas
A inauguração da usina de biodiesel no Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná – é um passo importante para o setor de biodiesel em pequena escala. Com esta usina a equipe técnica do Tecpar desenvolverá metodologias e sistemas práticos para pequenas usinas produzirem biodiesel com os mais variados tipos de óleos vegetais. Como cada tipo de oleaginosa produz um óleo com características diferentes, o Tecpar desenvolverá para cada óleo procedimentos básicos para serem replicados e seguidos, com a finalidade de se obter o melhor rendimento e a melhor qualidade do biodiesel.

O objetivo do governo do estado do Paraná é financiar muitas usinas no interior do estado atendendo a produtores rurais e cooperativas, fazendo com que estes produtores produzam o seu combustível, diminuindo custos e aumentando a produção de grãos.

A Copel – Companhia Paranaense de Energia tem 100 milhões de reais para serem aplicados em financiamentos de pequenas usinas de biodiesel.

A intenção do governo estadual é nobre, porém, transformar isto em realidade no campo exige muito trabalho e dedicação por parte de todas as secretarias e entidades envolvidas. O campo tem pressa e não pode esperar por longos três anos como aconteceu com a usina inaugurada esta semana no Tecpar, cujo projeto de construção começou no ano de 2003 e somente agora foi inaugurada.

Um projeto desta envergadura e com este alcance ambiental e social não poderá tornar-se somente mais um belo projeto cheio de boas intenções.


Tecnologia Nacional
A Petrobras está construindo três grandes usinas de biodiesel em Montes Claros MG, Candeias BA, e Quixadá CE, com tecnologia da empresa Crow Irons americana, através da sua representante no Brasil, a Intecnial, cujas obras estarão concluídas até o final do ano. Porém, a empresa pretende construir novas usinas com tecnologia nacional desenvolvida nas duas unidades protótipo em Guamaré-RN, onde está sendo testada a produção de biodiesel com óleo de mamona, pinhão manso, girassol e dendê. Com a tecnologia de produção de biodiesel própria, o custo de instalação de usinas diminui sensivelmente, pois a empresa deixará de pagar royalties sobre os equipamentos.

Apesar de estar criando uma tecnologia nacional, a Petrobras não será a primeira empresa brasileira a ter uma tecnologia 100% nacional. A Tecbio - Tecnologias Bioenergéticas de Fortaleza no Ceará, cujo sócio-fundador é o professor Expedito de Sá Parente, constrói usinas de biodiesel com tecnologia 100% brasileira e é responsável pela construção de todas as usinas da Brasil Ecodiesel, pela rota metílica ou etílica. Já pelo processo de esterificação de ácidos graxos, o professor Dr. Donato Aranda da UFRJ, desenvolveu o processo usado pela Agropalma em Belém, utilizando subprodutos do refino do óleo de palma para produzir biodiesel, também uma tecnologia genuinamente brasileira.

Será necessário que essas empresas continuem a investir em pesquisas e desenvolvimento, para que a tecnologia de produção de biodiesel evolua juntamente com o uso desse biocombustível.


Análise anterior

20 de julho

  • Biodiesel passou por um período de fantasia.
  • Argentina não precisa se preocupar com concorrência brasileira.
  • Capacidade de produção de biodiesel na Europa.

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