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Análise da semana 11.mai.09


BiodieselBR - 11 mai 2009 - 15:48 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Análise Semanal 11.mai.09

Fim dos leilões: mercado livre
A ANP faz estudos e projeções internas com o objetivo de colocar a comercialização de biodiesel no livre mercado. Segundo a agência, a capacidade de produção e a logística não são mais problemas. A estrutura do setor já suporta até um B5. O que a ANP estuda é um modelo de comercialização para a fase de transição entre o fim dos leilões e o livre mercado.

O atual sistema de comercialização nivela o preço de todas as usinas, sem se importar com a localização. Isso significa custos maiores de frete, já que a Petrobras é obrigada a comprar praticamente todo o biodiesel oferecido nos editais. Com o fim dos leilões, as compras serão regionalizadas e todas as distribuidoras deverão ser liberadas para comprar.

Mas como ficam as usinas de biodiesel do Nordeste concorrentes da Petrobras? Essa região consumiu em 2008 pouco mais de sete bilhões de litros de diesel. O que para uma mistura de 4% de biodiesel (B4) seriam necessários 280 milhões de litros por ano. Somente as três usinas da Petrobras tem capacidade para produzir 171 milhões de litros / ano. Assim faltariam apenas 110 milhões de litros para abastecer a região, dividido entre as outras unidades. Se a BR Distribuidora der preferência para a Petrobras Biocombustíveis, as outras usinas da região terão uma enorme ociosidade.

Já as regiões com capacidade acima do consumo, como o Rio Grande do Sul e o Centro-Oeste, não enfrentarão o mesmo problema, porque além de não ter a concorrência direta com a Petrobras, estão mais próximas das matérias-primas, o que pode trazer um preço mais competitivo.

B4 ajuda a balança comercial
O quadro atual pintado pelo MME mostra que não será autorizado o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, passando dos atuais 3% para 4%, a partir do terceiro trimestre. Como isso o Brasil terá que importar cerca de 100 milhões de reais em diesel. Essa evasão de divisas pode ser evitada facilmente, já que todo o setor está pronto para atender com folga a demanda adicional.

Além disso, o aumento na produção de biodiesel manterá ou ainda aumentará a oferta de empregos, gerando renda aos trabalhadores e a indústria e dando alternativas ao agronegócio.


Biodiesel de soja em baixa nos EUA
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos divulgou novas resoluções ambientais e uma delas diz que o biodiesel, para ser misturado no diesel, deve gerar no mínimo 50% de redução de gases do efeito estufa. Segundos estudos da EPA, o biodiesel de soja reduz esses gases em apenas 22%, entretanto não foram informadas as metodologias usadas para chegar a esses números.

Este é mais um golpe ao biodiesel de soja que se soma as restrições técnicas européias. No entanto o objetivo europeu é proteger sua produção e seus produtores. Como no Brasil mais de 85% do biodiesel vem do óleo de soja, é preciso trabalhar mais intensamente na produção de outras matérias-primas para o biodiesel, se o objetivo for a exportação.

Óleo de cozinha usado e sebo bovino que possuem grande capacidade de redução de emissões de gases do efeito estufa, acima de 80%, não tem escala para substituir o óleo de soja. No caso do sebo bovino, o Brasil já está usando praticamente a metade de sua produção de sebo para biodiesel, e aumentar significativamente este percentual pode provocar problemas em outros setores industriais.

Já o óleo de cozinha usado tem problemas de coleta e sua produção espalhada em milhões de lares. Mesmo quando resolvido esta logística, não será possível atingir grandes percentuais de utilização.

A solução aponta para oleaginosas que o Brasil não tem o costume de plantar, como a canola, o dendê, o crambe no curto prazo e o pinhão-manso no longo prazo. Mas para as usinas pensarem na exportação de biodiesel como fonte de receita, ainda será preciso romper muitas barreiras, principalmente as tributárias.


Preços
Na bolsa de Chicago a semana passada foi de alta para o óleo de soja. No dia primeiro de maio a cotação era de U$ 0,3775 por libra peso e terminou a semana no cotado a U$ 0,3961 na posição de julho. Uma alta de 4,93% na semana.

No mercado interno, mesmo com a valorização do real, a semana foi de alta. Iniciou cotado entre R$ 1.910,00 e R$ 1.990,00 por tonelada, posto SP com 12% de ICMS e terminou a semana cotado entre R$ 1.990,00 e R$ 2.040,00 por tonelada.


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