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O biodiesel e as perspectivas para a Canola


Edição de Out / Nov de 2010 - 15 out 2010 - 15:25 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:36
Canola
Considerada a soja do inverno, a introdução da canola em baixas latitudes é uma experiência pioneira no mundo. À época do início do PNPB, em 2004, a área plantada era de 12,4 mil hectares, concentrados nos Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. Em 2009, o número cresceu para 31 mil hectares, graças a iniciativas de empresas como a BSBios, em Passo Fundo (RS). Este ano, com a operação da segunda usina da BSBios em Marialva (PR), em parceria com a Petrobras Biocombustível, a área plantada total no país foi de 45,9 mil ha.

“A canola tem um potencial gigante para a produção de biodiesel. E há muita gente que desconhece isso”, afirma Gilberto Tomm, pesquisador da Embrapa Trigo. A vantagem é que já existe tecnologia e zoneamento para a produção em vários Estados.

Desde a sua fundação em abril de 2005, a BSBios fomenta a produção de canola no norte gaúcho. “Nós acreditamos na canola porque ela é uma cultura de inverno que não concorre com o principal produto agrícola do Estado, que é a soja. Nós temos como premissa a não-concorrência com a cultura principal, porque acreditamos que a diversidade tem que agregar renda para os produtores”, diz Battistella.

A BSBios investe no plantio também no Paraná, mas ainda não utiliza a oleaginosa para a produção do biodiesel. “Precisamos de um aumento da oferta dessa matéria- prima”, ressalta o executivo.

O trabalho com a canola começou praticamente do zero. Segundo Battistella, apesar de ser plantada no Rio Grande do Sul desde 1976, a cultura não tinha muita expressão e nem sequer zoneamento agrícola. “Conseguimos antecipar para 2008 esse zoneamento, que era previsto para 2011”. Com isso, ficou mais fácil para o produtor conseguir crédito rural e fazer seguro agrícola contra intempéries climáticas, como a geada, bastante comum no Sul.

Segundo o agricultor Rodrigo Carassa, que participa do programa de fomento da BSBios, com essa parceria os produtores ganharam um apoio forte em pesquisas de campo e tecnologia para o cultivo da canola. Carassa é da terceira geração de uma família de sojicultores do Rio Grande do Sul, tem uma propriedade de 380 hectares no município de Pontão e planta a canola em uma área de 95 hectares, na rotação de cultura com a soja durante o inverno. Ele faz questão de explicar que sua preferência pela canola como alternativa de inverno está relacionada à produtividade da soja. “A gente viu que na área em que se planta canola no inverno, a soja produz três sacas a mais por hectare no verão. Isso desde as primeiras safras”.