Da batelada ao processo contínuo no biodiesel
Da batelada ao contínuo
O processo contínuo, por sua vez, é voltado à produção de biodiesel em grande escala. “Não dá para comparar, são sistemas completamente diferentes”, afirmou o químico Anderson Kurunczi Domingos, que já trabalhou em empresas de grande porte como a Barralcool e a multinacional Agrenco. Segundo Domingos, o controle de qualidade do biodiesel é superior no método contínuo. “O processo ocorre em sintonia”, avalia, “há um aproveitamento melhor da matéria-prima e gerase menos resíduos”. Ele compara o processo contínuo à confecção de um bolo em que é colocada uma medida exata de ingredientes e sabe-se exatamente o que sairá do forno. “No processo por batelada, cada vez sai um bolo diferente”.
A questão da qualidade também é o argumento de Silvio Rangel, gerente da divisão de biodiesel da Barralcool, usina instalada em Barra do Bugres (MT). Ele acredita que a automação das usinas que operam pelo modo contínuo garante a qualidade. Esse processo, explica Rangel, começa com o tratamento da matéria-prima. “Em todo o processamento se utiliza um óleo padrão, com o mínimo de acidez e umidade”, afirma. Para isso, é preciso neutralizar o óleo, fazendo a secagem para retirar a água e reduzindo a acidez por centrifugação.
O processo contínuo ocorre ininterruptamente em uma seqüência de reatores. No primeiro reator, o óleo neutro reage com álcool e catalisador, seguindo assim até o final do processo, onde é separado e purificado (veja mais detalhes no box). Em relação ao álcool utilizado, o metanol, embora mais eficiente que o etanol, exige um maior controle por ser mais poluente.
Da entrada da matéria-prima à saída do biodiesel e seus co-produtos, o processo contínuo é totalmente automatizado, observa Ernesto Del Vecchio, do Departamento Comercial da Dedini. A automatização, defende ele, nasce já na planta, sendo difícil transformar posteriormente uma usina que opera por bateladas em outra contínua. “Você pode até melhorar o Fusca, mas nunca vai transformá- lo em uma Mercedes”, ironiza.
Para Del Vecchio, o investimento em uma usina de biodiesel depende da análise sobre a garantia de fornecimento de matériaprima, principalmente se operar pelo sistema contínuo. Segundo ele, o investimento em uma planta que inclui o sistema de tratamento e os periféricos é algo em torno de 20 e 50 milhões de reais em usinas com capacidade de produção de, respectivamente, 50 e 200 milhões de toneladas/ano. “Com todas as obras civis, desde a portaria até os laboratórios, esse investimento sobe para 120, 160 milhões de reais”, destaca.
Das pequenas plantas pilotos às gigantes do ramo do biodiesel, o processamento por batelada ou contínuo diz muito sobre cada usina. Fica a cargo do empresário saber qual é o foco de sua usina e escolher o melhor sistema.
O processo contínuo, por sua vez, é voltado à produção de biodiesel em grande escala. “Não dá para comparar, são sistemas completamente diferentes”, afirmou o químico Anderson Kurunczi Domingos, que já trabalhou em empresas de grande porte como a Barralcool e a multinacional Agrenco. Segundo Domingos, o controle de qualidade do biodiesel é superior no método contínuo. “O processo ocorre em sintonia”, avalia, “há um aproveitamento melhor da matéria-prima e gerase menos resíduos”. Ele compara o processo contínuo à confecção de um bolo em que é colocada uma medida exata de ingredientes e sabe-se exatamente o que sairá do forno. “No processo por batelada, cada vez sai um bolo diferente”.
A questão da qualidade também é o argumento de Silvio Rangel, gerente da divisão de biodiesel da Barralcool, usina instalada em Barra do Bugres (MT). Ele acredita que a automação das usinas que operam pelo modo contínuo garante a qualidade. Esse processo, explica Rangel, começa com o tratamento da matéria-prima. “Em todo o processamento se utiliza um óleo padrão, com o mínimo de acidez e umidade”, afirma. Para isso, é preciso neutralizar o óleo, fazendo a secagem para retirar a água e reduzindo a acidez por centrifugação.
O processo contínuo ocorre ininterruptamente em uma seqüência de reatores. No primeiro reator, o óleo neutro reage com álcool e catalisador, seguindo assim até o final do processo, onde é separado e purificado (veja mais detalhes no box). Em relação ao álcool utilizado, o metanol, embora mais eficiente que o etanol, exige um maior controle por ser mais poluente.
Da entrada da matéria-prima à saída do biodiesel e seus co-produtos, o processo contínuo é totalmente automatizado, observa Ernesto Del Vecchio, do Departamento Comercial da Dedini. A automatização, defende ele, nasce já na planta, sendo difícil transformar posteriormente uma usina que opera por bateladas em outra contínua. “Você pode até melhorar o Fusca, mas nunca vai transformá- lo em uma Mercedes”, ironiza.
Para Del Vecchio, o investimento em uma usina de biodiesel depende da análise sobre a garantia de fornecimento de matériaprima, principalmente se operar pelo sistema contínuo. Segundo ele, o investimento em uma planta que inclui o sistema de tratamento e os periféricos é algo em torno de 20 e 50 milhões de reais em usinas com capacidade de produção de, respectivamente, 50 e 200 milhões de toneladas/ano. “Com todas as obras civis, desde a portaria até os laboratórios, esse investimento sobe para 120, 160 milhões de reais”, destaca.
Das pequenas plantas pilotos às gigantes do ramo do biodiesel, o processamento por batelada ou contínuo diz muito sobre cada usina. Fica a cargo do empresário saber qual é o foco de sua usina e escolher o melhor sistema.