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Cinética: Mais investimentos; Inauguração indefinida; Pouca saída e banqueiro


BiodieselBR.com - 18 mar 2010 - 14:10 - Última atualização em: 19 dez 2011 - 17:15

Por Miguel Angelo Vedana

Mais investimentos
O anúncio de construção da fábrica de metilato de sódio da DuPont foi surpresa para muita gente. E não era para menos. Além de fazer uma parceria com uma conceituada produtora de biodiesel, a Bertin/JBS, a empresa garantiu que a fábrica estaria pronta até o mês de julho com uma produção de até 60 mil toneladas por ano. Mas além de surpresas, o anúncio também trouxe algumas desconfianças.

Uma delas é em relação à data de conclusão da fábrica, pois seis meses é um tempo bastante curto para colocá-la em operação e há certa dúvida sobre a concretização desse prazo. Contudo, quem conhece as instalações da Bertin em Pirapozinho, onde a fábrica será instalada, diz que as alterações necessárias são pequenas e que provavelmente antes de julho tudo já esteja funcionando. A capacidade informada de 60 mil toneladas/ano está um pouco inflacionada: este ano a capacidade não deve chegar à metade disso, o que daria uma produção de 15 mil toneladas até dezembro. A produção será feita por batelada, diferentemente da usina da Basf, que produzirá de maneira contínua.

Outra dúvida é com relação à distância da produção até o porto. Como as matérias-primas do metilato (o metanol e o sódio metálico) são importadas, o frete pode vir a pesar no preço final, já que Pirapozinho fica a pouco mais de 600 quilômetros de Santos.

Além disso, a JBS soltou um comunicado ao mercado minimizando o anúncio da fábrica. No texto, a empresa chega a dizer que “os baixos valores envolvidos na operação não justificam, no entendimento da companhia, fato efetivamente relevante”. Com todos essas arestas, fica fácil entender o porquê das desconfianças sobre o projeto.

Inauguração indefinida
De todas as usinas que estão em construção, a Bionasa é uma das que está mais próxima de ser concluída. Ao mesmo tempo, é uma das que deve demorar mais tempo para começar a produzir. Informações de mercado indicam que problemas relacionados com capital estão impedindo que a obra seja concluída. Por enquanto, a usina segue sem prazo estabelecido para início de funcionamento. E ao contrário dos boatos que circulam no setor, o relacionamento da empresa com a construtora Dedini é muito bom.

Pouca saída
Janeiro era aguardado com muita ansiedade por todas as usinas. Era o mês de estréia do B5 e as usinas queriam superar seus recordes de produção. Entretanto, as retiradas de biodiesel ficaram abaixo da expectativa. Algumas usinas tiveram retirada de apenas 75% do previsto. Esse volume que não foi retirado em janeiro poderá ser retirado em fevereiro ou março. Contudo, as usinas acreditam que essa diferença só será entregue em março, pois fevereiro tem 28 dias e o Carnaval no meio. Pelo jeito, assim como tudo o mais no Brasil, o ano só começa mesmo depois do Carnaval.

Usina de banqueiro

A distribuidora Petrosul, dona da usina de biodiesel Bioverde, foi vendida para a Cosan na metade de dezembro. Como a usina de biodiesel não entrou no negócio, a Bioverde continua sendo de Laércio Pereira, mas não integralmente. Segundo o próprio Láercio, ele agora tem um banqueiro como sócio. É preciso ficar de olho no interesse de banqueiros pelo setor de biodiesel. Esmagadoras interessadas é perfeitamente compreensível; agora, banqueiros investindo no setor é só quando o negócio começa a ficar muito bom.