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Cinética: notas sobre biodiesel


BiodieselBR.com - 13 out 2009 - 15:18 - Última atualização em: 19 dez 2011 - 17:42

Por Miguel Angelo Vedana

Você confiaria?
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é o órgão responsável por fiscalizar o selo Combustível Social e é quem fornece os dados oficiais de renda e produção dos agricultores familiares envolvidos com o biodiesel. Nos números divulgados pela instituição é possível encontrar dados bem estranhos.

Por exemplo, sabe quantas famílias produziram matéria-prima para biodiesel em Santa Catarina? Duzentas e quatorze vírgula oito (214,8). Como o governo conseguiu contabilizar apenas um pedaço de família não se sabe, mas pedaços de famílias aparecem no CE, PE, PI, RN e RS. E sabe quanto ganharam sete famílias que plantaram amendoim para biodiesel em 2007? Quase R$ 1,525 milhão – cerca de 218 mil reais para cada família por ano. Uma renda que deixaria qualquer agricultor familiar de queixo caído. De outro lado, temos uma renda anual média de irrisórios R$ 21,31 por família para os 11.938 produtores de amendoim, mamona e girassol da Bahia em 2008.

A última pergunta: você confiaria nesses números?

Grandes players

Em certas rodas do biodiesel especula-se muito a entrada de outras grandes empresas do setor de grãos. Os nomes Bunge e Cargill são igualmente temidos e aguardados – e, de certa forma, incompreendidos. Quase ninguém entende a razão dessas empresas que possuem forte atuação na produção de óleo de soja estarem fora do promissor mercado de biodiesel.

Uma coisa é certa: não é a falta de lucratividade. Uma outra empresa processadora de grãos, do mesmo porte de ambas, está conseguindo boa rentabilidade. Ela investiu cerca de 60 milhões de reais em sua usina esperando que o investimento retornasse em pouco mais de cinco anos. Contudo, o prazo foi revisto e o retorno deve acontecer em menos de dois anos de funcionamento.

Mesmo sabendo disso, Bunge e Cargill continuam de fora do mercado brasileiro de biodiesel. A razão dada por uma das companhias é a “instabilidade” desse mercado.


O Estado do biodiesel

O Rio Grande do Sul, que vem se firmando como o maior produtor de biodiesel do Brasil, terá mais uma grande usina até o final deste ano. Tradicional no comércio de óleos vegetais, a Olfar está construindo uma usina com capacidade para produzir 198 milhões de litros de biodiesel na cidade de Erechim. A construção da usina ficou a cargo da Somar, que construiu as usinas da Oleoplan e da Binatural.

Com mais essa usina, o Estado deverá ser o maior exportador interno do produto, já que seu consumo de biodiesel deve ser de apenas 140 milhões de litros em 2010 e sua capacidade de produção será de 1,06 bilhão de litros. Aliás, com essa capacidade toda é possível suprir 40% da demanda do B5.


Compra-se usina
Atenção vendedores de pequenas usinas e de fábricas de rações. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) está preparando um edital para licitar a compra de uma usina de biodiesel e uma fábrica de rações. A primeira terá capacidade de produção de cinco mil litros de biodiesel por dia e a outra deverá produzir 200 toneladas por dia.

No projeto, essa usina será a primeira de dezenas que a Copel quer construir pelo Paraná e deverá ser uma unidade laboratório. Nela serão feitas pesquisas e testes para ver a viabilidade e o melhor método de trabalho com os pequenos agricultores.

Tags: Cinética