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Entrevista com Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa


BiodieselBR - 11 nov 2007 - 13:00 - Última atualização em: 14 mar 2012 - 17:57

Disputa comercial


Nesta entrevista, Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa e membro do Painel Científico Internacional de Energia Renovável, apresenta os culpados pelo aumento no preço dos alimentos e comenta sobre o cenário agrícola brasileiro

Por Marcelo Dias, do Rio de Janeiro

Um dos quatro cavaleiros do apocalipse, a fome vem sendo usada para lançar às trevas o embate mundial entre a produção de alimentos e a de óleo para biodiesel. De um lado estão a União Européia e os EUA. Do outro, o Brasil. Os críticos das duas potências culpam a agroenergia brasileira pelo aumento desenfreado dos preços dos grãos e pelo agravamento da fome em todo o planeta. Reclamam do incentivo brasileiro a outras nações, sobretudo africanas, e do uso de terras para produzir combustível, supostamente em detrimento da alimentação humana. Entretanto, o milho ianque e a canola européia usados nos biocombustíveis, aliados à seca, à alta do petróleo e ao aumento no consumo, principalmente por parte da China, jogaram o custo da refeição nas alturas.

Na Bíblia, a Fome monta um corcel negro e leva uma balança na mão, cobrando um dia de salário por cada porção de trigo. Mas para o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa e membro do Painel Científico Internacional de Energia Renovável, a fome galopa para o hemisfério norte, não para os trópicos. Gazzoni pesa os prós e os contras nessa balança e diz que o país pode produzir energia e alimentos ao mesmo tempo e no mesmo espaço, evitando uma guerra no campo – tanto agrária quanto econômica.