Com balanço favorável, Brasil aumenta importações de diesel em abril
Mesmo promovendo reduções sucessivas nos preços cobrados em suas refinarias, a Petrobras não está conseguindo acompanhar o ritmo da queda do valor do diesel nos mercados internacionais. Isso tem mantido aberta a janela de oportunidade para que os importadores tragam mais combustível de fora para o mercado brasileiro. Em abril, as compras do produto ultrapassaram 1,43 milhão de m³ – alta de mais de 12,2% em relação ao volume do mês anterior e de quase 23% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar desse aumento significativo no volume importado, o preço pago mudou pouco. Em abril, o país desembolsou US$ 737,1 milhões – R$ 4,26 bilhões quando convertido pela taxa de câmbio média do mês – para se manter abastecido. A diferença foi de apenas 1,3% em relação aos valores desembolsados um ano antes, mesmo com os volumes sendo significativamente maiores.
O que tem alimentado esse movimento é uma queda contínua nos preços médios pagos pelo óleo diesel importado. Em dólares, os preços do combustível importado vêm caindo de forma consistente há cerca de um ano e meio. O último ciclo de alta mais significativo se encerrou em outubro de 2023 e, desde então, os preços já caíram quase 35%.
{viewonly=registered,special}Mesmo promovendo reduções sucessivas nos preços cobrados em suas refinarias, a Petrobras não está conseguindo acompanhar o ritmo da queda do valor do diesel nos mercados internacionais. Isso tem mantido aberta a janela de oportunidade para que os importadores tragam mais combustível de fora para o mercado brasileiro. Em abril, as compras do produto ultrapassaram 1,43 milhão de m³ – alta de mais de 12,2% em relação ao volume do mês anterior e de quase 23% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar desse aumento significativo no volume importado, o preço pago mudou pouco. Em abril, o país desembolsou US$ 737,1 milhões – R$ 4,26 bilhões quando convertido pela taxa de câmbio média do mês – para se manter abastecido. A diferença foi de apenas 1,3% em relação aos valores desembolsados um ano antes, mesmo com os volumes sendo significativamente maiores.
O que tem alimentado esse movimento é uma queda contínua nos preços médios pagos pelo óleo diesel importado. Em dólares, os preços do combustível importado vêm caindo de forma consistente há cerca de um ano e meio. O último ciclo de alta mais significativo se encerrou em outubro de 2023 e, desde então, os preços já caíram quase 35%.
Em abril, os importadores pagaram US$ 514,18 por cada m³ de diesel importado, o que representa o menor preço médio mensal desde setembro de 2021, quando o mercado pagava US$ 508,79.
Essas quedas se aceleraram nos últimos meses, acompanhando as cotações do petróleo, que têm sido pressionadas, por um lado, pela turbulência na economia, deflagrada pelas incertezas geradas pelas idas e vindas na política comercial dos EUA e, por outro, pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de acelerar o aumento da oferta global.
Isso fez com que o preço do barril de petróleo tipo Brent fosse negociado a US$ 68,13 em abril, a menor média mensal em quatro anos.
Paridade de importação
Esse novo contexto ajudou o diesel importado a reverter a desvantagem que vinha apresentando em relação ao produto nacional.
De acordo com o acompanhamento mantido pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), da virada de março até o fim de abril, o derivado nacional só custou menos do que o de origem importada em 9 dias úteis, de um total de 39. Isso ocorreu mesmo após a Petrobras ter realizado dois cortes no preço do diesel: o primeiro de 4,6%, aplicado em 01 de abril; e o segundo de 2,8% no dia 18.
No total, a petroleira estatal reduziu em R$ 0,29 seu valor de referência para o diesel. O litro, que começou março custando R$ 3,72, fechou abril em R$ 3,43. Embora essas reduções não tenham sido suficientes para cobrir toda a baixa do importado, a diferença, que estava perto de 2,7% em março, se estreitou para menos de 1,3% no último mês.
Embora tenha ficado de fora dessa conta, na última terça-feira (06), a Petrobras aplicou um terceiro corte de 4,6% no diesel, reduzindo o preço do litro para R$ 3,27.
Rússia x EUA
Em abril, as importações brasileiras de diesel foram inteiramente dominadas por Rússia e Estados Unidos.
A Rússia foi responsável por cerca de três quartos do total, com 1,06 milhão de m³ desembarcados no país. Já as refinarias norte-americanas forneceram os 375,1 mil m³ restantes da demanda nacional. A França aparece nas estatísticas, mas apenas como nota de rodapé, com menos de 2 m³ de diesel fornecidos ao Brasil.
O produto russo chegou ao país ao custo de US$ 505,04 por m³, oferecendo um desconto de 6,5% em relação aos US$ 539,97 cobrados pelos concorrentes norte-americanos.
A maior porta de entrada do diesel importado no país foi o Porto de São Luís (MA), que recebeu praticamente um terço do volume importado em abril.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com