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Glicerina

LS9 pode transformar glicerina em diesel renovável


BiodieselBR.com - 27 jul 2012 - 09:09 - Última atualização em: 31 jul 2012 - 17:38
glicerina
“A tecnologia que estamos desenvolvendo converte açúcares em produtos químicos e em diesel renovável. E a glicerina não deixa de ser um açúcar”, explica a diretora-geral da LS9 no Brasil, Lucila de Ávila, com exclusividade para BiodieselBR. Embora a maioria das fichas da startup californiana do ramo de biotecnologia esteja mesmo no aperfeiçoamento do processo de fabricação de diesel renovável a partir da cana-de-açúcar, a empresa não está restrita a uma única aposta e vem flertando seriamente com a ideia de começar a usar um dos coprodutos mais problemáticos da indústria do biodiesel, a glicerina, como matéria-prima complementar.

De toda a matéria-prima que entra no processo de fabricação do biodiesel, cerca de 10% acaba saindo na forma de glicerina. É tanta glicerina sendo produzida que o mercado não tem dado conta de absorver todo esse volume adicional. O resultado é que um produto que poderia ser uma grande fonte de renda adicional para as usinas de biodiesel  acaba virando um verdadeiro mico nas mãos da indústria. Tanto que um bom número de iniciativas tem tentado encontrar novos usos para coproduto. A abordagem da LS9 é transformá-lo em mais diesel renovável.

Segundo Lucila, a companhia já possui a tecnologia necessária para fazer essa transformação embora, até o momento, os testes não tenham ido além da escala de bancada. Na prática isso significa um longo caminho até que essa nova tecnologia esteja madura para entrar no mercado. Na verdade, ela conta que, nesse momento, a companhia está começando a fazer levantamentos sobre o mercado brasileiro de glicerina para determinar a viabilidade financeira dessa matéria-prima em potencial. Caso os modelos financeiros funcionem, a empresa deverá começar a planejar testes em escala piloto.

Num primeiro momento, o plano seria usar a glicerina como alternativa durante o período da entressafra da cana. A LS9 compraria a glicerina no mercado e estocaria o produto para que sua futura fábrica não precise ficar ociosa durante parte do ano. “As usinas sucroalcooleiras trabalham, em média 9 meses por ano, a ideia seria utilizarmos a glicerina para estender nossa produção”, explica. Lucila ainda acrescenta que a empresa já está a procura de parceiros no Brasil e espera começar a produzir em larga escala até 2015.

Mas a executiva não duvida que, uma vez aperfeiçoada, essa tecnologia atrairá tanto interesse que pode ganhar vida própria. Ela não descarta a possibilidade de que as próprias usinas de biodiesel passem a transformar sua glicerina em diesel renovável. “Se a gente conseguir comprovar essa tecnologia, imagino que deverá ter bastante interesse do próprio setor de biodiesel. Afinal eles já têm esse material nas próprias usinas”, especula.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com