Sem homologação e com Bionasa, releilão de biodiesel está marcado

Já estão marcadas as datas do releilão onde a Petrobras vai repassar às distribuidoras o volume de biodiesel adquirido no 25º Leilão de Biodiesel promovido pela ANP. A disputa deverá acontecer entre os dias 14 e 21 de março através do canal de compras da estatal pela internet, o Petronect.

A plataforma proprietária da Petrobras já foi alvo de muitas críticas por ser fechada e a única informação disponível a população é repassada após o término da disputa pela própria estatal à ANP. A agência então só divulga os dados depois de analisá-los.

O biodiesel vendido na ocasião será usado pelas distribuidoras para assegurar a demanda da mistura obrigatória ao longo do segundo trimestre.

Assim como nos leilões da ANP, o mercado brasileiro será dividido em cinco regiões de forma a casar a oferta com a demanda de biodiesel. Os volumes serão repassados às distribuidoras em função do histórico de vendas que elas possuem em cada região.

Ao contrário dos leilões, onde o preço começa num patamar definido pela ANP e vai caindo conforme as usinas dão seus lances, os releilões funcionam de forma precisamente inversa – os preços vão subindo conforme as distribuidoras disputam cada item. Essa diferença fundamental na mecânica das duas disputas, e o fato da estatal nivelar os preços para cima, têm garantido a Petrobras ágios bastante gordos a cada releilão.

Em tese, os rendimentos gerados pelos releilões deveriam zerar o custo que a Petrobras tem com essa operação. Contudo, a BiodieselBR recentemente teve acesso com exclusividade a uma planilha com os custos previstos pela empresa para a intermediação das vendas do biodiesel durante o 4º trimestre do ano passado. A divulgação revelou que a petroleira teve um lucro de quase 100% com o papel de atravessadora.

Fica a expectativa de quanto será o pedágio que o mercado pagará para a Petrobras nesse trimestre.

Dentro e fora
Praticamente todas as empresas que participaram dos leilões poderão ter seu biodiesel vendido no releilão. As únicas exceções são a Bioverde, Biopetro, Brejeiro e Fertibom que não estão listadas em nenhuma das cinco regiões do releilão. Até mesmo a Bionasa, que ainda não teve sua participação no leilão explicada pela ANP, consta como fornecedora nas regiões Sudeste e Nordeste.

Após a realização do leilão, a Petrobras informará a ANP o volume vendido e o preço médio final de cada usina.

A exemplo do que tem acontecido nos releilões anteriores, a disputa das distribuidoras deve acontecer sem que os itens tenham sido homologados pela ANP.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com