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Política

Falta de decisão do governo sobre biodiesel frustra indústria


Reuters - 19 dez 2013 - 08:58 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53

A decisão sobre o aumento da mistura do biodiesel foi adiada mais uma vez, deixando o setor --que trabalha com grande capacidade ociosa-- em compasso de espera enquanto aguarda parecer do Ministério da Fazenda, disse nesta quarta-feira o coordenador da Frente Parlamentar do Biodiesel.

"A notícia é que a minuta da medida provisória está pronta, e foi para a presidente --que tem interesse pela mistura maior--, mas quando caminhava para ser publicada foi bloqueada pela Fazenda", disse o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que preside o grupo.

O deputado disse que se reuniu mais cedo com o ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão, para discutir sobre possível mudança, dos atuais 5 por cento para seis por cento (B6).

Segundo ele, o ministro Lobão disse que a medida não seguiu adiante porque ainda depende de análises do Ministério da Fazenda sobre o impacto inflacionário.

Inicialmente, o setor esperava que o marco regulatório para o setor fosse publicado no começo deste mês, quando já teria validade para o próximo leilão de biodiesel realizado pelo governo no começo do próximo ano.

"Mas agora tem o recesso. Se não for publicada (a MP), (a mudança) não vai valer para o primeiro leilão. O sufoco do setor é grande", disse o deputado.

A indústria diz ter condições para cobrir o aumento da demanda pelo biocombustível. O setor argumenta ainda que o aumento minimizaria o impacto das importações do diesel, que pesam sobre as operações da Petrobras e afetam a balança comercial brasileira.

"O programa foi criado com a Dilma à frente do ministério. Agora você vê empresa fechando, quase metade está ociosa. Mostra quase um processo de abandono do programa de biodiesel", disse Goergen, acrescentando que a indústria já investiu 6 bilhões de reais para produção do biocombustível.

Questionada sobre o encontro, a assessoria do ministério informou que o ministro esteve em despachos internos pela manhã e não comentou o assunto.

Fabíola Gomes - Reuters