PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Leilões de biodiesel

26º Leilão de Biodiesel: um resumo da disputa e do resultado [Etapa 1]


BiodieselBR - 04 jun 2012 - 19:15 - Última atualização em: 12 jun 2012 - 17:57
leilao26

Foi realizado hoje (04) o 26º Leilão de Biodiesel, primeira disputa dentro das novas regras do sistema de comercialização de biodiesel estabelecido pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A concorrência voltou a sua modalidade presencial – o que não era feito desde o 16º leilão realizado em novembro de 2009 – e aconteceu na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no centro do Rio de Janeiro.

Habilitação prévia?
De acordo com a cobertura ao vivo realizada por BiodieselBR, o clima na abertura da disputa era de “tranquilidade tensa”, especialmente depois da confusão armada na última sexta-feira pela própria agência. As regras sobre a habilitação para o leilão foram modificadas, permitindo que empresas com pendências apresentassem os documentos necessários apenas depois de finalizada a segunda rodada de ofertas. A mudança de última hora favoreceu a ADM, Amazonbio, Bionasa, Biopetro e JBS que, pelas regras originas, não poderiam apresentar seus lances. Leitores que acompanharam a cobertura de BiodieselBR reclamaram das mudanças no edital em cima da hora e chegaram a classificar a situação como “uma habilitação prévia a posteriori, mais uma inovação ANP”.

Nove dias
Outro ponto que anda deixando as usinas preocupadas é a incompreensível demora de nove dias entre a etapa de hoje e a segunda etapa do leilão – quando os volumes oferecidos serão efetivamente apresentados às distribuidoras. Segundo o enviado especial de BiodieselBR, Miguel Angelo Vedana, as usinas temem que nesse intervalo aconteçam mudanças bruscas, tanto na cotação da soja na Bolsa de Chicago, quanto no câmbio, causando prejuízos ao setor.

No mais, o leilão seguiu sem grandes sobressaltos. Vale revisar rapidamente os procedimentos: na primeira rodada de negociação as usinas podem oferecer três lotes de biodiesel com qualquer volume (desde que sua soma não ultrapasse a capacidade produtiva máxima da usina) e valores que podem ir até o preço máximo de referência definido pela ANP; na segunda rodada, as usinas podem reduzir o preço de seus lotes, mas não o volume oferecido. É na segunda rodada que a disputa acontece para valer.


Na primeira rodada de negociação, o número mais importante foi o volume de biodiesel que seria posto a venda. Ao todo, 34 empresas participaram do leilão, colocando pouco mais e 1,01 bilhão de litros de biodiesel à venda. Como foi abolida a prática das cotas obrigatórias de compra para as distribuidoras, ainda não se sabe ao certo quanto biodiesel vai ser realmente adquirido pelas distribuidoras. As projeções de BiodieselBR apontam para algo em torno de 770 milhões de litros. Ou seja, deve sobrar bastante produto no mercado.

Nominalmente essas empresas podem fabricar até quase 1,42 bilhão de litros por trimestre, o que significa que o setor mirou uma ocupação média de 71% no trimestre. Somente a Biopar do Paraná, a Cooperfeliz e a BSBios tentaram chegar a 100% de ocupação. A lanterna ficou com a Araguassú que colocou à venda parcos 2% de sua capacidade máxima trimestral.

No que diz respeito aos preços, a primeira rodada foi praticamente nula. A maioria das usinas colou suas ofertas nos valores de referência da ANP, deixando o deságio médio em 0,14%. Já na segunda rodada, os preços caíram moderadamente. No final, o preço medido do litro de biodiesel fechou em R$ 2,4584 o que representa um deságio de 5,76%.

Os destaques
As campeãs dos preços baixos foram a Oleoplan e a Minerva. As duas se alternam no quesito maior deságio e preço absoluto mais baixo do leilão.

A Oleoplan aceitou o maior deságio, oferecendo 71 milhões de litros, com um desconto de 13,99% (preço médio em R$ 2,2485) sobre os valores de referência. A Minerva teve o biodiesel mais barato do pregão – R$ 2,1944 o litro – e, com 13,53% – teve o segundo maior deságio.

No lado oposto do espectro temos a Bioverde e a Cesbra. As duas usinas paulistas ofereceram 0% de deságio no seu biodiesel. Além do mais, a Cesbra ficou com o preço mais alto do leilão R$ 2,6416 e a Bioverde ficou com a terceira posição R$ 2,6098. Embora tenha aceitado um deságio de 5,37%, a Petrobras Biocombustível ficou com segunda posição, oferecendo o litro à R$ 2,6299. É uma aposta e tanto nos próprios diferenciais competitivos.

Chamou atenção também a opção de preço escolhida pela Granol. Atuando em estados de grande competição, Goiás e Rio Grande do Sul, a empresa ofereceu preços próximos ao teto. O deságio médio da empresa ficou em 0,94%.


Veja também:
* As fotos do leilão
* Todas as notícias publicadas
* ANP muda regras e descumpre portaria
* Planilha completa com o resultado


CFPP
Essa foi a primeira vez também que o fator Ponto de Entupimento no Filtro a Frio (CFPP) entrou na disputa. Em termos gerais, há uma tendência de uniformidade nos parâmetros para as usinas das regiões Sudeste, Centro Oeste e Norte, onde o fator ficou entre 3ºC e 4ºC. As usinas da região Sul, acostumadas a invernos mais rigorosos, apostaram em 1ºC. No Nordeste o parâmetro ficou em 10ºC.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com

Comentários minuto a minuto


Tags: L26