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Pesquisa

Estudo aponta que 85% dos produtores de soja do Centro-Oeste plantam de forma sustentável


Forbes - 10 jun 2025 - 10:47

Um estudo publicado nesta terça-feira (10) mostrou um dado positivo no campo: 85% das propriedades que cultivam milho e soja no Centro-Oeste, e que fazem parte do banco da Serasa Experian, estão em conformidade com exigências socioambientais definidas no Manual de Crédito Rural (MCR) – conjunto de normas oficiais que regem todas as operações de crédito rural no Brasil.

Segundo a Serasa Experian, o grupo estudado não possui impedimentos como embargos ambientais, trabalho escravo, sobreposição com terras indígenas ou quilombolas e unidades de conservação, além de possuir baixo risco de inadimplência.

“As imagens de satélite e de dados geográficos usados para analisar propriedades rurais revelam a maturidade socioambiental dos plantios”, diz Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian. “Avaliar os impeditivos para concessão de crédito rural, como a sobreposição com florestas públicas tipo B e o histórico de alterações no perímetro do CAR, reforça a importância de identificar e mitigar riscos.”

A pesquisa foi produzida a partir da intersecção de mapas de grãos proprietários da Serasa Experian, já incluindo a safra 2024/25, com informações do Agro Score referentes ao perfil de crédito da população rural, e mais de 20 bases de dados socioambientais públicos. A datatech considerou 166 mil imóveis rurais do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que tiveram plantios de soja ou milho nos últimos 5 anos frente aos critérios para concessão de crédito e financiamentos do MCR.

As florestas públicas tipo B são uma das classificações legais utilizadas pelo governo para organizar e gerir as florestas públicas federais, estaduais ou municipais que ainda não têm destinação definida, mas que já foram cadastradas oficialmente como patrimônio da União, estados ou municípios.

Dentro da fatia de 85%, 48% apresentam baixo risco de inadimplência e sem impedimentos ou alertas socioambientais, e 37% exigem uma análise mais cautelosa a depender do apetite de concessão do mercado credor. “Com essa análise integrada, entre critérios socioambientais e dados financeiros, conseguimos identificar com assertividade o potencial econômico das regiões e propriedades rurais, uma vez que os dois fatores estão atrelados”, diz Pimenta.

Segundo o estudo, 15% das propriedades analisadas não estão aptas para receber financiamentos frente aos critérios do MCR, que exige um bom perfil econômico de seus demandantes, o CAR do produtor, licenciamento ambiental, documentos de posse ou propriedade da terra, entre outros.

O levantamento considerou os perfis de crédito de possíveis demandantes da região. “Com a análise dos critérios socioambientais e dados financeiros, foi possível identificar o potencial econômico das regiões e propriedades rurais, uma vez que os dois fatores estão atrelados”, afirma Pimenta.

Goiás e Mato Grosso do Sul se destacam na avaliação de imóveis rurais do CAR sobre critérios do MCR para concessão de crédito. “Quando a força produtiva das regiões está aliada ao cumprimento dos critérios socioambientais, observamos um movimento que fortalece o acesso ao crédito rural e atrai investimentos estratégicos”, diz Pimenta. Os municípios de Rio Verde (GO) e Dourados (MS) registraram o maior número de propriedades aprovadas e que ofertam melhores oportunidades para investimento.