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Estudo conclui que biodiesel é a opção renovável mais viável para o setor naval


BiodieselBR.com - 30 mar 2012 - 15:19 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Os biocombustíveis têm feito avanços significativos nos transportes terrestres e na indústria da aviação. Mas, até, agora o setor naval têm passado ao largo de todas essas discussões. Agora, um estudo realizado pela Ecofys – empresa holandesa dedicada ao desenvolvimento de soluções na área de energia –, concluiu que essa pode já ser uma opção viável.

O estudo foi encomendado pela Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA, na sigla em inglês) e avaliou se, com a tecnologia atual, seria possível substituir os combustíveis fósseis usados nos navios. De acordo com os pesquisadores, as maiores barreiras ao uso de biocombustíveis no setor não são técnicos, mas de ordem política. A Diretiva de Energias Renováveis da União Europeia estabelece metas para o uso de fontes renováveis na indústria dos transportes – o que inclui os modais navais. Entretanto, cada país europeu pode estabelecer suas próprias regras o que aumenta a complexidade.

Além disso, o uso de biocombustíveis não faz parte de nenhuma das convenções internacionais que regula a atividade de navegação internacional. A maioria das regras que definem os patamares de poluição do setor de navegação foram definidas pela Convenção Marpol cujo texto foi elaborado entre os anos de 1973 e 1978. A sobreposição de regras dificulta a criação de regulamentos.

A substituição não somente reduziria as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) da indústria naval como também teria um efeito benéfico na qualidade do ar de cidades e zonas portuárias. Apesar de seu número relativamente reduzido e de boa parte dos poluentes serem liberados longe de terra firme – o que permite sua dispersão –, os navios que circulam pelos sete mares queimam combustíveis tão sujos que um pesquisador da Universidade do Delaware estimou que 60 mil pessoas morrem anualmente por causa da poluição naval. O maior vilão é o teor de enxofre, que no bunker naval – o combustível mais comum nos grandes cargueiros – pode chegar a 4,5%.

Segundo o gerente de projetos da Ecofys, Anouk Florentinus, se as restrições sobre o teor de enxofre forem aumentadas, o uso de biocombustíveis na navegação poderá aumentar. Ele também destaca que por serem biodegradáveis, os biocombustíveis também são mais seguros na eventualidade de um derramamento.

A Ecofys examinou seis opções de biocombustíveis que poderiam ser usados pela indústria naval – biodiesel, óleo vegetal puro, etanol, biometano, bio-óleo e dimetil éter. Algumas dessas opções exigiriam grandes mudanças tecnológicas. A opção considerada mais viável é a mistura de 20% de biodiesel nos combustíveis marinhos convencionais.

O estudo até apontou que a substituição criaria novas oportunidades econômicas e poderia ser mais simples do que se imaginaria a princípio. Os maiores portos europeus contam com fabricantes de biocombustíveis nas proximidades o que facilitaria o fornecimento. “Já vimos o mesmo acontecer nos transportes terrestres e estamos vendo o desenvolvimento atual na aviação. Estamos certos que também poderemos criar novas oportunidades no setor de navegação”, completa Florentinus.
A EMSA não é a única interessada no assunto. Há mais de um ano a Marinha dos Estados Unidos vem patrocinando iniciativas de pesquisa e testes com biocombustíveis com a meta de reduzir sua dependência em relação ao petróleo importado.

Leia o estudo na íntegra (PDF em inglês).

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Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com