Brasil recebe US$ 1,335 bilhão em investimentos para plásticos verdes
O Brasil receberá, por meio das maiores empresas do setor petroquímico, mais de US$ 1,335 bilhão em investimentos destinados à pesquisa e produção de plásticos "verdes", especialmente os derivados do etanol de cana-de-açúcar e de glicerina.
O Instituto Socioambiental do Plástico, entidade que analisa o impacto da indústria do plástico no ambiente, destacou que uma pesquisa para mudar a imagem negativa do produto diante de alguns setores da sociedade determinou que o Brasil será o país a receber, nos próximos anos, um inédito investimento para plásticos "verdes".
Os dados, que apontam o Brasil como líder na tecnologia dos plásticos "verdes", foram recolhidos de empresas líderes do setor como Braskem, Dow Brasil, Nova Petroquímica e Solvay, que tentam reduzir sua dependência do nafta para a produção de resinas.
A utilização do plástico para empacotamento, em sua maioria para o setor alimentício, aumentou muito nos últimos 20 anos, mas a massificação de seu uso recebeu críticas, como, por exemplo, no que diz respeito a sua decomposição, que pode demorar até 500 anos.
O estudo destacou o grau de reciclagem do Brasil, de 25%, superior ao de países industrializados como a Alemanha, mas alertou sobre a falta de seleção do mesmo, tendo em vista que menos de 10% dos municípios brasileiros fazem uma coleta seletiva de lixos.
A Braskem, por exemplo, obteve certidão mundial para a produção de polietileno de etanol de cana-de-açúcar, com um investimento US$ 5 milhões para seu desenvolvimento e um projeto de construção de uma nova planta, que custará US$ 150 milhões.
A nova planta permitirá a produção anual de 200 mil toneladas de polietileno a partir do final de 2009.
No caso da Dow Brasil, filial da matriz americana, a companhia apostará no etanol de cana-de-açúcar como matéria-prima para as resinas plásticas com a construção do primeiro pólo álcool-químico do mundo na cidade de Santa Vitória, em Minas Gerais.
O projeto, previsto para ser concluído em 2011 em parceria com a produtora sucro-alcooleira Crystalsev, terá um investimento total de US$ 1 bilhão e permitirá a produção de 350 mil toneladas anuais de polietileno com o processamento de oito milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
A Solvay Indupa anunciou, por sua vez, US$ 135 milhões para fabricar a partir de 2010 cerca de 60 mil toneladas de resina para produzir policloreto de vinil (PVC) de etanol.
Já a empresa Nova Petroquímica, antiga Suzano Petroquímica, controlada agora por Braskem e Petrobras, está investindo US$ 50 milhões em uma fábrica piloto para produzir polipropileno a partir de glicerina residual do biodiesel, projeto pioneiro no mundo.