Preço da soja tem queda em Chicago mesmo com aumento da demanda
Com poucas mudanças nos fundamentos de oferta da soja, os preços não encontram forças para altas na bolsa de Chicago. Os contratos para novembro fecharam a quinta-feira (15/8), em leve queda de 0,08%, a US$ 9,67 o bushel.
Os preços permaneceram no campo positivo durante todo o dia, e caíram no fechamento. De acordo com a consultoria Granar, as chuvas em áreas produtoras dos Estados Unidos como Wisconsin, Illinois e sudeste do Missouri, beneficiaram o movimento de queda.
“As chuvas melhoram as perspectivas para culturas que permanecem numa fase chave para a formação de rendimentos que levariam a uma colheita recorde”, diz a consultoria, em relatório.
Alguma força de alta também foi vista a partir dos números de vendas de soja pelos americanos. O volume negociado atingiu 1,34 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 8 de agosto, o volume superou as 985,2 mil toneladas vendidas na semana imediatamente anterior, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Milho
As condições das lavouras de milho, combinadas com uma demanda fraca pelo produto dos EUA, puxaram a queda dos preços. Os contratos para dezembro caíram 0,94%, para US$ 3,97 o bushel.
No momento, o registro de chuvas em áreas produtoras dos EUA favorece as expectativas com a produção no país. Além disso, de acordo com a Royal Rural, chuvas fortes são previstas nas regiões produtoras da China, Austrália e Alemanha, o que deve beneficiar as safras de milho, aumentando a oferta.
Já a demanda por milho americano diminuiu, provocando pressão nas cotações. As vendas caíram de 485 mil toneladas para 120 mil toneladas na última semana, enquanto o mercado esperava cerca de 150 mil toneladas. “ Essa queda acentuada nas vendas reforçou ainda mais o movimento de baixa nos preços do milho”, destaca a Royal, em nota.
Trigo
O preço do trigo fechou em baixa na bolsa de Chicago, em dia repleto de notícias para o mercado. Os contratos do cereal para dezembro caíram 1,22%, para US$ 5,2825 por bushel.
As negociações contaram com elementos positivos e negativos para as cotações. Pelo lado das altas, destaque para as vendas líquidas dos Estados Unidos. Na semana encerrada em 8 de agosto, o país negociou 400 mil toneladas com o exterior, um volume maior que os 274 mil reportadas na semana anterior.
A guerra entre Rússia e Ucrânia também está no radar dos investidores. De acordo com agências internacionais, ataques militares atingiram o porto ucraniano de Odessa, um dos mais importantes no escoamento agrícola.
Pelo campo negativo, as cotações foram pautadas pelo andamento da safra americana, e ainda pela licitação de importação de trigo pelo Egito.
De acordo com a consultoria T&F, o Egito continua a negociar a compra de até 1,8 milhão de toneladas de trigo russo diretamente, sem licitação internacional.
Paulo Santos – Globo Rural