Crambe é alternativa para produtores durante a rotação de culturas
O crambe, uma planta da mesma origem da canola, tem se mostrado uma alternativa para produtores de soja e de milho durante a rotação de culturas. A variedade, que possui ciclo curto e resistência à seca, também serve de matéria-prima para o biodiesel, tem chamado a atenção dos agricultores na região Centro-Oeste do país.
O sistema de cultivo da planta é igual ao de outros grãos, o que permite o reaproveitamento tanto da terra quanto do maquinário. Além disso, a rentabilidade é outro benefício da cultivar. Em média, são 1500 quilos por hectare a um custo de R$ 300,00. Quase não é necessário adubo e a única exigência é um solo bem preparado.
O produtor rural Félix Marchese começou a plantar crambe há três anos e está bastante satisfeito com os resultados.
"A gente gasta pouco e consegue lucrar, porque vende bem" comemora.
A planta também auxilia na redução de nematóides, que atacam a raiz das plantas. Segundo o engenheiro agrônomo Alexandre Marchese, os vermes são um problema enfrentado pelos produtores das culturais tradicionais.
"Nós somos produtores de feijão, soja e milho, que são as principais culturas. Nas três, esse nematóide tem dado trabalho e prejudicado a produtividade" explica.
Outra característica que tem chamado a atenção da comunidade científica para o crambe é a alta concentração de óleo, que pode significar uma alternativa de renda ao agricultor.
"O crambe tem um óleo bastante característico, com um mercado específico para esse tipo de material e que apresenta um valor bem superior aos outros óleos comestíveis. Ele pode ser utilizado tanto para biocombustíveis, mas também para mercados na área de lubrificantes, alguns tipos de cola e adesivos" comenta a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Simone Favaro.
Letícia Luvison