Sem tecnologia, cultivo de mamona se restringe a pequenas propriedades

Em tempos de mão de obra cara e avanço cada vez maior da tecnologia no campo, a produção de mamona dá marcha a ré e fica restrita às pequenas propriedades.
Sem o desenvolvimento de máquinas específicas para plantio e colheita, não há cultivo intensivo e as áreas destinadas ao produto recuam. De acordo com a Conab, em 2011/12 são apenas 148 mil hectares -o menor espaço nos últimos seis anos.
No período de glória do produto, quando foi lançado pelo ex-presidente Lula como uma das fontes para o biodiesel, a mamona chegou a ocupar 215 mil hectares.
O crescimento esperado na época não veio, e a queda de área se acentua até mesmo em Estados tradicionais de cultivo como a Bahia.
Os baianos, após terem semeado 141 mil hectares em 2010/11, reduziram a área para somente 72 mil nesta safra.
Sergio Pitt, produtor de soja e de milho no oeste da Bahia, diz que até houve algumas experiências com plantio de mamona na região, mas que a "falta de um pacote tecnológico, que incluía semente e máquinas, desestimulou os produtores".
A produção de soja e de milho também foi um aprendizado na região, afirma ele. Mas o avanço tecnológico foi consistente, com aumento de área e de produtividade.
A queda na área e a menor produtividade das plantas vão fazer a safra de mamona deste ano recuar para 105 mil toneladas, 26% menos do que na anterior e 50% abaixo da registrada em 2005 -o recorde na década de 2000.
Na região centro-sul, as lavouras de mamona já ocupam apenas 6.900 hectares, segundo acompanhamento de safra da Conab.
MAURO ZAFALONCom TATIANA FREITAS