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Mamona deve puxar crescimento histórico


Diário do Nordeste - 09 jul 2008 - 05:45 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

Com previsão de crescimento da ordem de 141,52%, em relação ao volume contabilizado em 2006 (12,306 mil toneladas), a safra das oleaginosas, em especial a mamona, deve contribuir para que o Ceará consolide a maior safra de sua história. A projeção é que a planta some 29,721 mil toneladas em 2008. Deste total, a maior parte, 22,811 mil toneladas referem-se à mamona. Caso se confirme, a oleaginosa registrará alta de 419,26%, em cima da colheita de 2006 (4,393 mil toneladas). Os dados integram o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), apresentado, ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentre os 149 municípios cearenses que realizam o cultivo da mamona, os destaques para as maiores produções estão sendo esperados de Canindé, Boa Viagem, Pedra Branca, Itatira e Santa Quitéria. Por outro lado, os rendimentos mais expressivos devem ser obtidos em Ererê, Alcântaras, Aratuba, Choró e Meruoca.

Mesmo com perdas
A safra do Ceará deste ano tem expectativa de colher 1,260 milhão de toneladas de grãos. Mesmo com perda de 15,71%, em relação à estimativa inicial para 2008, que era de 1,431 milhão de toneladas de grãos, a edição deste ano deverá superar em 109,78% a colheita de 2007 (575,302 mil toneladas) e entrar para a história do Estado batendo, em 5,35% a safra de 2006 (1,145 mil toneladas).

Entre os aspectos contribuintes para essa possibilidade ascendente está o bom inverno, o crescimento na quantidade de sementes distribuídas pelo Governo do Estado aos agricultores familiares, a melhor organização dos agricultores e a ampliação da área de milho híbrido no Sertão Central, Centro-Sul e Sul.

Além disso, o incremento ocasionado pelo Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), introduzindo o girassol e ampliando expressivamente o cultivo da mamona também devem ajudar na concretização dos números auspiciosos projetados pelo IBGE para este ano.

Dos cereais, leguminosas e oleaginosas, à exceção do girassol e da mamona, todos os produtos estão em colheita. Contudo, estão com mais da metade da produção colhida os seguintes: amendoim (50,87%), arroz de sequeiro (51,84%), feijão de arranca de 1ª safra (82,09%) e feijão de corda de 1ª safra (67,30%). Já o milho está apenas com 19,27% colhido. O LSPA refere-se ao intervalo entre os dias 16 de maio e 15 de junho. Durante este período, as chuvas ficaram escassas, não havendo, portanto, possibilidade de perdas na colheita por conta disto.

Safra nacional
Dos 142,42 milhões de toneladas da safra atual de grãos, anunciados ontem, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a agricultura familiar é a responsável pela produção de 30% da soja, 40% do milho, 80% do feijão e cerca de 25% do arroz. Isso quer dizer que, de todos os grãos cultivados dentro do território brasileiro, mais de um terço do total são colhidos por este grupo de trabalhadores.

Para o diretor de Logística e Gestão Empresarial da estatal, Sílvio Porto, a agricultura familiar tem se mostrado cada vez mais estratégica, em um cenário de alta nos preços dos alimentos. ´No caso da Conab, os produtos comercializados por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), têm-se mostrado fundamentais para dar sustentação ao trabalhador rural e também para atender às comunidades pobres´, diz.