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França

França quer fim da venda de carros a gasolina e diesel em 2040


AFP - 06 jul 2017 - 15:54

O governo francês quer acabar com a comercialização de carros movidos a diesel e gasolina no país em 2040, disse o ministro do Meio Ambiente, Nicolas Hulot ao introduzir o "plano de clima" do governo. Ele, contudo, admitiu que o objetivo será uma meta árdua de cumprir, especialmente para as montadoras.

É uma "verdadeira revolução", mas "estão reunidas as condições", afirmou. "Nossos próprios fabricantes [de automóveis] têm como se alimentar e incorporar essa promessa (...) que é também uma questão de saúde pública", acrescentou.

As empresas francesas Peugeot, Citroen e Renault encabeçaram em 2016 –nessa ordem – uma lista dos principais fabricantes que geram menos emissões de poluentes, de acordo com a Agência Europeia do Ambiente.

Vários países europeus já anunciaram planos de reduzir drasticamente o número de carros a gasolina e diesel nas estradas, dando preferência a híbridos e elétricos. Até 2020, a Alemanha quer que um milhão de carros elétricos circulem no país.

Em 2016, os carros híbridos e elétricos foram responsáveis por 3,6% dos veículos novos registados na Europa Ocidental.

Indústria 

Nesta quarta (05), a Volvo anunciou que todos os seus modelos terão motorização híbrida ou puramente elétrica a partir de 2019. Isso a torna a primeira montadora de automóveis convencional a decretar o fim dos veículos movidos apenas por motores de combustão interna.

A empresa disse que fará da eletrificação a plataforma central de seu negócio.

De 2019 em diante, ela só fabricará três tipos de carro: 1) puramente elétricos; 2) híbridos recarregáveis por meio de tomadas (plug-in); e 3) os chamados híbridos "leves", que combinarão uma grande bateria a um pequeno motor a gasolina.

"O anúncio marca o fim dos carros movidos apenas por motores de combustão interna", disse Hakan Samuelsson, presidente-executivo da montadora.

A agenda da Volvo provavelmente despertará dúvidas sobre a posição da Tesla, a montadora norte-americana de carros elétricos cujo valor em Bolsa disparou em um período no qual não havia concorrência em termos de veículos puramente elétricos.

A Tesla, que vendeu 76 mil veículos no ano passado, planeja produzir 1 milhão de carros ao ano a partir de 2020, mas seu valor de mercado, US$ 58 bilhões, já é mais alto que o da General Motors, que vendeu 10 milhões de carros no ano passado.

A Tesla vem conquistando apoio entusiástico dos investidores, que acreditam no futuro de emissão zero de poluentes projetado pelo presidente-executivo da montadora, Elon Musk.

O primeiro dos importantíssimos Tesla Model 3 – o carro que Musk espera ajude a transformar veículos elétricos de baixo custo em um objeto de desejo para as massas, em lugar de apenas um brinquedo de curto alcance para motoristas preocupados com a ecologia – deve ser entregue ao comprador neste mês, respeitando o cronograma.

Mas o anúncio da Volvo mostra que os dias da Tesla como única montadora premium de carros elétricos estão contados.

A Jaguar anunciou que seu utilitário esportivo elétrico, o I-Pace, chegará ao mercado no final do ano que vem, e a Audi começará a vender dois modelos elétricos premium em 2019, o ano em que a Mercedes lançará seu primeiro utilitário esportivo elétrico, como parte de sua nova marca EQ.

No Salão do Automóvel de Frankfurt, em setembro, a BMW deve anunciar uma versão elétrica da Série 3, sua linha mais vendida de carros.

Em 2020, as montadoras tradicionais devem ter linhas amplas de carros elétricos à venda, oferecendo alcance de cerca de 500 quilômetros, disse Michael Muders, administrador de fundos da Union Investment.

"Creio que será bem difícil para a Tesla manter sua posição, nesse mercado", disse. "O império vai contra-atacar."