Os leilões de biodiesel evoluíram bastante do começo Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB) até agora.

BiodieselBR.com 24 out 2016 - 11:17

Desde o primeiro deles, em novembro de 2005, já foram realizados 51 certames dos quais 46 durante o período de uso obrigatório de biodiesel. Nestes já tivemos 24,8 milhões de metros cúbicos de biodiesel comercializados e R$ 55,2 bilhões de faturamento. Resumindo: muita água já rolou sob essa ponte sendo que muitos erros foram cometidos – e corrigidos – antes de chegarmos ao formato atual que é unanimemente elogiado como o “modelo mais adequado” para a comercialização de biodiesel no Brasil num documento que leva as assinaturas de todas as três entidades representativas do setor.

Um pouco de tudo já aconteceu nesse meio tempo. Tivemos disputas tanto presenciais e quanto virtuais. Tivemos leilões semestrais, trimestrais e bimestrais. Tivemos um regime que obrigava a aquisição de um volume mínimo de biodiesel pré-determinado pela ANP. Tivemos tentativas diversas para incluir diferenciais competitivos como a logística das usinas e sua qualidade de atendimento na disputa.

O sistema atual teve seus principais fundamentos estabelecidos em meados de 2012 quando um redesenho completo do sistema que até então vinha valendo foi apresentado pelo MME. De lá para cá, houve aprimoramentos – originalmente, por exemplo, não havia a Etapa 4 que permite às usinas rever os preços de suas ofertas –, mas a espinha dorsal se manteve inalterada.

Mas e agora que o setor está prestes a dar outro salto de produtividade? Um sistema que foi desenhado ainda nos tempos do B5 vai dar conta do B10 que está a caminho? Essas serão as inquietações que devem ser respondidas por Ricardo Gomide durante a palestra “O setor está pronto para negociar 1 bilhão de litros de biodiesel por bimestre?”, que está marcada para o segundo dia da Conferência BiodieselBR 2016.

Gomide é mestre em engenharia mecânica e coordenador-geral de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME). Nesse posto ele vem acompanhando o desenvolvimento do setor de biodiesel ao longo dos últimos anos.     Em sua palestra ele deve explorar a possibilidade de que o sistema de comercialização de biodiesel tenha que passar por mudanças para acomodar os novos volumes a serem comercializados.

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Eventuais mudanças no formato dos leilões de biodiesel devem ter como foco não apenas o mercado da mistura obrigatória, mas também o mercado autorizativo.

Quando foi lançado o uso autorizativo era encarado como uma das principais apostas para estimular o setor de biodiesel no curto prazo. Na edição do ano passado da Conferência BiodieselBR, o próprio Gomide chegou a apresentar projeções indicando uma demanda potencial superior a 500 milhões de litros ao ano em projetos de uso opcional. Contudo, até agora, esse mercado não chegou a deslanchar como esperado.

Depois de um “voo de galinha” nos leilões 49 e 50, o mercado autorizativo voltou a não vender nada no L51.

O mercado de biodiesel também está passando por um período de consolidação. No último leilão apenas 27 usinas conseguiram vender biodiesel. Esse número já chegou a ficar acima da marca de 40 usinas. Essa consolidação acontece em razão do crescimento abaixo do esperado com a chegada do B7. O consumo em 2016 será próximo daquele que se esperava para o B6.
resultados-ricardoMas as perspectivas para os próximos anos são muito boas. Em março próximo o B8 já entra em vigor e a economia nacional deve sair da recessão. O crescimento nos próximos anos junto com a chegada do B9 e B10 farão o mercado de biodiesel superar a marca de 500 milhões de litros vendidos e produzidos em um só mês.

Serão anos de crescimento constantes, vistos pelo setor apenas nos 34 primeiros anos de mercado obrigatório.
biodiesel-ricardoA programação completa da Conferência está disponível aqui e o cadastro para participar pode ser feito aqui.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com