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Energia

Lula: "Biocombustíveis são muito mais que alternativa de energia limpa"


O Tempo - 24 set 2008 - 05:30 - Última atualização em: 06 mar 2012 - 11:45

Mais uma vez, os biocombustíveis marcaram presença entre os principais ingredientes de um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – desta vez, na abertura da Assembléia Geral da ONU em Nova York. Conclamando o mundo a buscar urgentemente uma nova matriz energética, Lula defendeu os biocombustíveis como vitais para construí-la.

O presidente destacou a forte redução nas emissões de gases causadores de efeito estufa e as dezenas de milhões de toneladas em emissões de CO2 evitadas nos últimos 30 anos no Brasil com o uso do etanol. E citou as oportunidades para países em desenvolvimento que o etanol e o biodiesel podem representar: autonomia energética com baixos investimentos, geração de empregos e de renda, apoio à agricultura familiar e redução nas importações ao mesmo tempo que excedentes exportáveis são produzidos.

Lula frisou que a experiência brasileira de mais de três décadas também mostra que a produção de biocombustíveis não afeta a segurança alimentar, lembrando que a cana destinada à produção de etanol ocupa apenas 1% das terras agricultáveis brasileiras e que a fome no mundo não decorre da falta de alimentos e sim da falta de renda que afeta quase um bilhão de pessoas.

Afirmando que é plenamente possível combinar biocombustíveis, preservação ambiental e produção de alimentos, Lula garantiu que no Brasil, todas as garantias sociais e ambientais serão dadas à produção do etanol e do biodiesel. Um dos instrumentos que ajudará esse esforço, segundo o presidente, é o Zoneamento Agroecológico do país que deverá ser anunciado em breve, definindo quais as áreas agricultáveis que podem ser destinadas à produção de biocombustíveis.

Ao concluir, Lula avisou que os biocombustíveis brasileiros estarão presentes no mercado mundial com um selo que garanta suas qualidades sócio-laborais e ambientais, lembrando que “a sustentabilidade do desenvolvimento não é apenas uma questão ambiental; é também um desafio social.” O presidente aproveitou para citar a conferência internacional sobre biocombustíveis que o governo vai realizar em São Paulo em novembro, “lançando as bases de uma ampla cooperação mundial no setor. Faço aqui um convite a todos os países para que participem,” completou.

Para o presidente da UNICA Marcos Sawaya Jank, que acompanhou o discurso de Lula em Washington, o presidente acertou ao reforçar os pontos mais importantes que devem sempre ser destacados a respeito da produção e utilização dos biocombustíveis no Brasil. “A experiência brasileira é a mais longa e bem-sucedida do mundo, e não é por outro motivo que o país recebe dezenas de visitas por mês de todas as partes do mundo. É nítido o ganho de conhecimento que o mundo vem demonstrando a respeito do que temos hoje no Brasil, e isso pesa muito nas decisões que inúmeros países estão tomando ou planejam tomar a respeito da produção e uso de biocombustíveis,” completou Jank.