Cogumelo pode ser solução para energia
Solução para os problemas energéticos do mundo pode estar em um cogumelo chinês cultivado nos laboratórios da Novozymes A/S.
Os cientistas dessa companhia dinamarquesa na China, no Brasil, na Dinamarca e nos EUA estão testando cogumelos e líquens, para descobrir uma forma alternativa para transformar resíduos de milho e de bagaço de cana em biocombustível, uma vez que a Novozymes já domina tecnologia para obter álcool de terceira geração.
A aplicação comercial dessa fórmula seria uma alternativa à gasolina. O processo se daria a partir de resíduos vegetais, o que terminaria com a preocupação mundial de que os biocombustíveis pressionam para cima os preços dos alimentos.
A Novozymes prevê que terá a resposta até 2010 e entrará no mercado antes da sua rival mais próxima, a Danisco A/S.
"Não vamos resolver a escassez de combustíveis de hoje à custa dos alimentos", disse Per-Henrik Graesberg, gerente do fundo DnB NOR ASA, que administra quase US$ 200 milhões em investimentos em energia renovável.
Fungos como cogumelos e líquens produzem enzimas que digerem madeira e folhas em decomposição. Os produtores de biocombustíveis usam essas proteínas para decompor os carboidratos complexos das células das plantas, obtendo uma mistura parecida com uma sopa de açúcares simples, os monossacarídeos, passíveis de serem digeridos por levedura. As enzimas que estão no mercado não decompõem as partes mais duras das plantas com eficiência suficiente para serem economicamente acessíveis.
Os preços recordes do milho e do trigo minaram o apoio de governos aos biocombustíveis, que dependem de subsídios, provocando a queda das ações dos produtores de enzimas. A Novozymes, a maior fabricante de derivados de enzimas do mundo, perdeu quase a metade de seu valor de mercado entre agosto de 2007 e meados de abril. As ações caíram 30% desde janeiro.
Encontrar as enzimas certas é o principal gargalo no desenvolvimento de biocombustíveis derivados de produtos que não sejam alimentos, disse em julho a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris.