Usinas e esmagadoras buscam aquisição de terras e grãos na Bahia

Maior produtora de grãos da Bahia, a região oeste do estado está atraindo cada vez mais investidores que buscam expandir seus negócios no cultivo de oleaginosas e fabricação de biodiesel. Boa parte do aumento de 26% na produção de grãos na safra 2007/2008 do estado se deve à aquisição de terras agricultáveis por grupos estrangeiros.

Uma dessas empresas é a Comanche Clean Energy, multinacional produtora de biocombustíveis, que em pouco mais de um ano já adquiriu mais de três mil hectares de terras produtoras de oleaginosas, além de uma planta de produção de biodiesel no município de Simões Filho (BA). A companhia segue com planos de investimento e quer ampliar ainda mais sua presença na região, o que deve ser feito por meio de parceria com fornecedores de grãos e caroço de algodão, arrendamento e compra de novas terras.

"Além de um bom negócio para a Comanche, o investimento na região oeste da Bahia é uma forma de colaborar para uma política acertada do atual governo de incremento e geração de renda dos produtores desta região", afirma João Pesciotto, vice-presidente de Novos Negócios do grupo Comanche.

As companhias nacionais também devem destinar novos recursos para a região em razão da sua vocação como pólo de matéria-prima para a produção de biodiesel, uma vez que o preço do óleo de soja está depreciando a rentabilidade de muitas usinas. Por outro lado, a necessidade de incrementar a produção é crescente. De acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) o País produziu 213,4 milhões de litros de biodiesel no primeiro trimestre do ano, muito abaixo da necessidade estimada de 1,2 bilhão de litros para 2008, tornando necessária uma produção de quase 1 bilhão de litros nos nove meses restantes.

Na parte das esmagadoras, a Bioóleo representa as empresas que desejam marcar território na região de maior produção de oleaginosas do estado. Com um ano de mercado e capacidade de esmagamento de 120 mil toneladas de grãos por ano, a empresa busca produtores para negociar a compra de grãos e a venda do óleo e o farelo.

"Queremos apresentar aos produtores e comerciantes do Oeste esta opção de mercado. Na Bahia Farm Show, pretendemos comprar o grão do produtor ou da usina, levar de volta para extrair o óleo que é o produto e o farelo", diz Valdemar Silva, gerente administrativo da Bioóleo, sobre a expectativa em relação à feira que começa amanhã e termina no dia 7, e estima movimentar cerca de R$ 210 milhões em negócios.