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Produção não atende ao potencial


Diário do Nordeste - 14 dez 2007 - 07:53 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A produção de oleoginosas incentivada pelo Programa Biodiesel do Ceará não atende a 1/6 (um sexto) do potencial de beneficiamento do Estado. As usinas de Crateús e de Quixadá possuem capacidade para processar cerca de 100 mil e 50 mil toneladas de óleo, respectivamente, enquanto o projeto prevê 22 mil toneladas de biodiesel em 2008 com o incentivo do programa. Segundo Santana, 20 mil produtores já estão cadastrados para participar do programa.

O governador Cid Gomes vê este quadro como um desafio ao Estado. ´A participação do setor primário na produção das riquezas do Estado está aquém do que deveria ser, pelo fato do grande contingente que sobrevive da terra´, comentou Gomes. ´Cerca de 30% da população vive da agropecuária, que só representa entre 6% e 7% da produção das riquezas. Os números gritam e mostram a concentração da pobreza neste setor´. Para o governador, o biodiesel é uma alternativa para diversificar a agricultura, além das culturas de milho e feijão.

Ao incentivar a produção de oleoginosas, Gomes prometeu:

´Plante, que o governo garante´, aos produtores rurais que assistiam ao evento de assinatura do protocolo de intenções entre governo e órgãos ligados ao setor, ontem.

O acordo disponibiliza recursos de R$ 30 milhões, advindos do Pronaf, através do BNB. O Banco do Brasil também coloca a disposição R$ 27 milhões para financiamento do cultivo de mamona e girassol.

A usina de biodiesel da Petrobras, em Quixadá, está prevista para iniciar sua produção no primeiro semestre do próximo ano. A estatal assinou ontem um protocolo de assistência técnica para auxiliar o cultivo de oleoginosas. O gerente da Petrobras, Mozart Queiroz, destacou que há mercado para óleo vegetal. Ele ressaltou que a semente será fornecida ao preço mínimo de R$ 0,70.

O secretário do Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana, ressaltou que só para atender a usina de Quixadá é necessário ocupar 150 mil hectares. Hoje, o Ceará só cultiva em 12 mil hectares. A meta é alcançar 45 mil hectares em 2008.

Este cenário composto pela comercialização, crédito e assistência técnica garantidos ao produtor é, para Cid Gomes, favorável ao desenvolvimento do biodiesel no Estado. ´Essas três questões devem estar equacionadas e respondidas para o setor alcançar êxito´.

A fim de gerenciar e nortear as atividades do programa foi instituída a Câmara setorial do Biodiesel, que será presidida pelo governador e coordenada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDA).

Carol de Castro