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Palma: empresa asiática quer evitar desmate


Valor Econômico - 10 fev 2011 - 08:48 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

A Golden Agri-Resources (GAR), segunda maior produtora de palma do mundo, anunciou ontem que se aliou ao movimento ambientalista no combate ao desmatamento de florestas para o plantio da palmácea. A iniciativa visa conservar áreas que, além da rica biodiversidade, estocam um grande volume de carbono.

A GAR e sua subsidiária PT Smart, localizadas na Indonésia, são acusadas de devastar pântanos e florestas nas regiões produtoras da Ásia para ampliar a área de plantio. A acusação levou clientes como Burger King, Nestlé e Unilever a interromper no ano passado as compras de óleo da empresa. A palma é utilizada na produção de alimentos, cosméticos e biocombustível.

“A Golden Agri-Resources desenvolveu uma Política de Conservação Florestal em parceria com a Forest Trust e almeja um crescimento sustentável de longo prazo para a indústria de palma”, disse a empresa, em nota à imprensa. “Essa nova política visa o desmatamento zero”.

A Forest Trust, organização não governmental que busca promover métodos de negócios sustentáveis, disse que a área total alocada para a produção de palma mais que triplicou globalmente desde os anos 80, atingindo cerca de 14 milhões de hectares em 2007. A maior parte dessa expansão ocorreu na Indonésia.

Com a decisão, a GAR dá um passo à frente da Mesa Redonda para a Palma Sustentável (RSPO, em inglês), a aliança internacional de produtores, processadores, varejistas e ambientalistas. A RSPO proíbe o desmatamento de florestas nativas ou de áreas com alto valor de conservação, e os produtores necessitam de consentimento da comunidade local antes de iniciar os plantios.

A GAR irá além: promete não plantar em pântanos ou florestas com significativo estoque de carbono — o volume de 35 toneladas de carbono por hectare será usado inicialmente como referência.

“Como um ator importante na indústria da palma, estamos comprometidos a assumir o controle da conservação das florestas da Indonésia”, disse o CEO e chairman da empresa, Franky Wijaya. “Nossa parceria com a TFT permitirá produzir óleo de maneira que a floresta seja preservada e responder às necessidades de desenvolvimento do país”.

Segundo o ativista do Greenpeace Phil Aikman, a ação é positiva. “Éumdesafio ao resto do setor a aumentar a produtividade”.

O Banco Mundial nomeou a Indonésia como 3o maior emissor de gás-estufa em 2005. Assim como o Brasil, o país sofre pressão para cessar o desmatamento.