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Após mudanças, Brasil Ecodiesel tenta recuperar imagem


Valor Econômico - 04 mar 2010 - 05:59 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:10

Após concluir sua reestruturação financeira em setembro do ano passado, a Brasil Ecodiesel busca agora demonstrar solidez e estabilidade ao mercado para tentar voltar a ser encarada como um importante player do segmento. No leilão realizado nesta semana pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a empresa foi a segunda maior vendedora, assegurando a comercialização de 69 milhões de litros, 12,2% do total. A líder foi novamente a paulista Granol, que vendeu 70 milhões de litros (12,4% do total).

“Esse é um sinal ao mercado que após nossa reestruturação do ano passado estamos atendendo todos os contratos com a Petrobras e as entregas estão sendo feitas, o que mostra nossa estabilidade”, afirma Mauro Cerchiari, presidente da Brasil Ecodiesel, que assumiu a cadeira após os ajustes da empresa e a reavaliação de seus ativos.

O executivo cita como exemplo da estabilidade de fornecimento o fato de o leilão desta semana ter sido o terceiro consecutivo em que a Brasil Ecodiesel assume um compromisso de venda superior a 60 milhões de litros. Desde as mudanças, foram fechadas as unidades de Crateús (CE) e Floriano (PI), que ainda seguem fora de operação. Em atividade estão as usinas de Tocantins, Maranhão, Bahia e Rio Grande do Sul, mais próximas das regiões produtoras e que juntas têm uma capacidade instalada para 550 milhões de litros de biodiesel por ano.

A estratégia de manter em operação apenas as unidades mais próximas das regiões produtoras de soja não é por acaso. O grão ainda serve como matéria-prima de 80% de todo o biodiesel produzido no país — 13% têm como base o sebo bovino e 7%, outros produtos.

Segundo Cerchiari, as empresas estão buscando alternativas à soja para reduzir a dependência e também diminuir os riscos das oscilações do mercado. “Já compramos quase toda a soja que precisamos para o novo contrato. As perspectivas de uma safra grande que está sendo colhida, no entanto, oferece uma perspectiva de menor custo de produção”, afirma, ao lembrar que os preços do biodiesel praticados no leilão são suficientes para cobrir custos e ainda oferecer uma margem para as indústrias.

O preço inicial de referência do leilão desta semana foi de R$ 2,30 por litro. Os negócios, no entanto, fecharam com um preço médio R$ 2,2369 por litro, deságio de 2,74%. Esse valor foi 4,5% inferior ao valor médio da oferta anterior, quando a Petrobras pagou, em média, R$ 2,3376 por cada litro de biodiesel.

Alexandre Inacio

Tags: Ecodiesel