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Metade do óleo de soja vira biodiesel no MT


Folha de S. Paulo - 04 nov 2010 - 07:25 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:14

No primeiro semestre de 2010, Mato Grosso destinou 49,34% de sua produção de óleo de soja para a indústria do biodiesel -no ano passado, a fatia destinada à produção de combustíveis havia sido de 30%.

Segundo maior produtor do combustível no país, atrás apenas do Rio Grande do Sul, o Estado viu sua produção saltar de 15 mil metros cúbicos em 2007 para 367 mil metros cúbicos no ano passado.

Em 2010, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as usinas de Mato Grosso ofertaram 23% do total arrematado nos três leilões realizados desde março: 422.200 m3.

Os leilões atendem a uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética que determinou a adição de no mínimo 5% de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final.

Com 30 usinas, 16 delas em operação, o Estado tem atualmente a maior capacidade instalada de produção no país, segundo o Sindibio (sindicato que representa o setor em MT). A entidade estima que a produção local supere os 600 mil m3 em 2012.

Atualmente, apesar de parte da produção ser feita a partir de fontes como o caroço de algodão e a gordura animal, o óleo de soja representa cerca de 90% da matéria-prima empregada pela indústria, segundo o Sindibio.

O aquecimento da demanda local afeta as exportações. Até setembro, Mato Grosso exportou 271.752 m3 de óleo de soja -25% a menos que no mesmo período em 2009, apesar de cotações internacionais vantajosas.

"O biodiesel está em média mais rentável que o óleo", diz Otávio Lemos Celidonio, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola.
Segundo cálculos do instituto, a rentabilidade média de uma tonelada de soja transformada em óleo e farelo é de R$ 780. Se for convertida em biodiesel e farelo, o valor sobe para R$ 863.

Outro atrativo, na opinião do presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Jandir Milan, é a existência de uma "demanda previamente contratada" pelos leilões da ANP. "Isso significa mais segurança para o investidor", afirma.

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ