Paraná tem projeto de maior usina de biodiesel do mundo
A desconhecida Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis (CBEAR) lançou ontem, com apoio do governo do Paraná, o que seria a maior usina de biodiesel do mundo. A executiva Christianne Fullin disse, na reunião semanal Escola de Governo, em Curitiba, que o investimento será de 300 milhões de euros e a produção deverá alcançar 600 mil toneladas ao ano, a partir de 2010.
A usina estaria prestes a ser instalada num município do Centro-Sul do Paraná. O nome da cidade não foi revelado. Segundo Christianne, o sigilo é uma tentativa de evitar especulação imobiliária na compra do terreno. A origem dos investimentos também é mantida em sigilo. “Vamos divulgar essas informações em 15 dias.”
A CBEAR estaria em fase de implantação em Santa Maria do Oeste, município de 13 mil habitantes da região central do Paraná, desde o ano passado. A sede da usina não será, necessariamente, em Santa Maria, afirmou Christianne. Ela garantiu apenas que a usina está confirmada. “Fizemos esse lançamento porque toda a produção do primeiro ano (2010) foi vendida”. Ela disse ainda que os interessados são estrangeiros.
O presidente da CBEAR, André Stuepp, disse que a usina será a maior do mundo considerando o processo integrado de produção, desde a extração do óleo vegetal. Devem ser usadas fontes como soja, canola, girassol e tungue (árvore asiática com frutos oleaginosos pouco conhecida no Paraná).
A usina de biodiesel de soja que a Petrobras pretende instalar em Palmeira (Centro-Sul) deve produzir 20% do volume anunciado pela CBEAR. As 600 mil toneladas/ano equivalem à soma de todos os projetos já anunciados no estado. O Paraná produziu o primeiro litro de óleo para o programa nacional de biodiesel em junho deste ano, através de um indústria de Rolândia (Norte).
André e Christinne falaram em 500 empregos diretos – 100 dentro da indústria e 400 em entrepostos. Eles disseram que o investimento vai fomentar a economia de 68 municípios do Centro-Sul. A cidade escolhida para a sede seria a mais beneficiada, pela geração de impostos – o valor estimado também não foi divulgado.
José Rocher - Gazeta do Povo
Informações da Agência Paranaense de Notícias
Apresentada durante a reunião da Escola de Governo nesta terça-feira
(14) pelo secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do
Mercosul, Virgílio Moreira Filho, a CBEAR é o mais novo empreendimento
industrial que escolhe o Paraná como sede.
“O governador Roberto Requião foi atuante e tem plena convicção da viabilidade e grandeza desta indústria. Serão gerados cerca de 500 empregos diretos e milhares de indiretos com a inclusão de famílias residentes no meio rural”, destaca a executiva.
“Pela logística, política de ações públicas voltadas ao empresariado, energia, portos, ferrovias e aeroportos, o Paraná mais uma vez segue na liderança na captação de grandes investimentos geradores de emprego e renda”, disse o secretário.
Com data de funcionamento prevista para fevereiro de 2010, a produção de biodiesel será feita a partir de oleaginosas como a canola e o girassol – culturas cultiváveis em período de entressafra nas propriedades rurais -, e também do tungue, oleagionosa de cultura perene e que pode ser implementada em locais onde não existe aproveitamento do solo para cultivos tradicionais.
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A diretora executiva da Companhia de Energias Alternativas e Renováveis (CBEAR), Christianne Fullin, fala durante a Escola de Governo. Foto Arnaldo Alves - SECS |
GOVERNO
A empresa deverá firmar convênios com diversos órgãos governamentais do Estado, como a Secretarias da Indústria e Comércio, Agricultura e Abastecimento, Ciência e Tecnologia, Fazenda, Meio Ambiente, além da Emater, IAP, Iapar, Ferroeste, Tecpar e Lactec.
Desde a pesquisa e escolha da melhor variedade de oleagionosa, até a logística para o transporte das matérias-primas, desenvolvimento tecnológico e ambiental, o Governo do Estado foi parceiro para viabilizar economicamente o projeto.
Outro ponto destacado é a instalação da empresa numa região carente de investimentos privados e de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Conceitos ambientais e de sustentabilidade, além da mínima agressão ao solo e do uso de alta tecnologia serão objetivos aplicados pela empresa”, acrescentou Christianne Fullin.