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Macaúba: matéria-prima energética é tema de Dia de Campo na TV


Embrapa - 09 dez 2010 - 07:11 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

Palmeira nativa das florestas tropicais, a macaúba apresenta grande dispersão no Brasil e em países vizinhos, como Colômbia, Bolívia e Paraguai. No Brasil ocorrem povoamentos naturais em quase todo território, mas as maiores concentrações estão localizadas em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo amplamente espalhados pelas áreas de Cerrado.

No Dia de Campo na TV desta semana, no Canal Rural no dia 10, às 9h e na TV NBR, no domingo (12), às 8h, o pesquisador e Chefe da Embrapa Agroenergia (Brasília/ DF), Frederico Durães e o engenheiro eletricista e proprietário da Usina Paradigma, Marcelo Araújo falam sobre o potencial da macaúba como matéria-prima para a produção do biodiesel e outros fins.

Esta palmácea se destaca pelo seu potencial para a produção de grandes quantidades de óleo por unidade de área, podendo chegar a mais de 4 mil quilos de óleo por hectare, além da possibilidade de utilização em sistemas agrossilvopastoris. Da amêndoa é retirado um óleo fino que representa em torno de 15% do total de óleo da planta tendo potencial para utilizações nobres, na indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos.

O óleo extraído da polpa, com maior potencial para a fabricação de biodiesel, e tem boas características para o processamento industrial, é composto por ácido oléico (53%) e palmítico (19%), mas apresenta sérios problemas de perda de qualidade com o armazenamento.

“Assim como ocorre com o dendê, os frutos devem ser processados logo após a colheita, pois se degradam rapidamente, aumentando a acidez e prejudicando a produção do biocombustível. As tortas produzidas a partir do processamento da polpa e da amêndoa são aproveitáveis em rações animais, possuem ótimas propriedades nutricionais, sendo bem aceitas pelos animais.”, diz Durães.

Marcelo Araújo destaca o grande mercado da macaúba. Ele aconselha aos produtores se organizarem em associações ou cooperativas para a instalação de unidades de esmagamento da matéria-prima. "Não podemos pensar no aproveitamento da macaúba sem antes organizar a sua cadeia produtiva. Em qualquer negócio há necessidade de pensar na sustentabilidade para que ele possa prosperar", ressalta Araújo. O óleo vegetal extraído será transportado até a usina de biodiesel e a torta resultante da extração pode ser aproveitada pelos próprios produtores das oleaginosas, tanto para alimentação animal quanto para a utilização como adubo. “Com relação à energia, um importante subproduto é o carvão obtido a partir do endocarpo que apresenta elevado poder calorífico”, completa.

Na região de Montes Claros, em Minas Gerais, existe um grande número de maciços naturais de macaúba, onde os pequenos produtores rurais estão sendo incentivados a coletarem os frutos ao invés de derrubarem, tornando a palmeira macaúba uma fonte de renda.

Os frutos são entregues à Cooperativa, que neste caso é a Cooper Riachão, que busca os frutos coletados em cada propriedade em um raio de 60 quilômetros da unidade beneficiadora.

A cooperativa, em parceria com os produtores, está se preparando para atender o mercado do biodiesel. “Já obtemos vários produtos a partir da macaúba. Para a demanda do biodiesel, precisaremos de mais matéria-prima o que incentivando os agricultores a coletarem e também a plantarem mudas de macaúba. Na Cooperativa, já estamos produzindo mudas”, salienta o presidente da Cooper Riachão, Waldomiro Cardoso da Silva.

O Dia de Campo na TV sobre Macaúba matéria-prima para biodiesel é uma produção da Embrapa Agroenergia e da Embrapa Informação Tecnológica, localizadas em Brasília – DF, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Tags: Macauba