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Grupo chinês aplicará US$ 40 bi em biodiesel africano


Agência Lusa - 10 jun 2008 - 06:13 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

A Geocapital, empresa de Macau criada para desenvolver negócios nos países lusófonos, vai investir até US$ 40 bilhões na África, nos próximos dez anos, para produzir biocombustível em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, disse nesta sexta-feira à Agência Lusa um dos administradores da companhia, Ambrose So.

A produção será iniciada em dois ou três anos e deve atingir a capacidade máxima - 14 milhões de toneladas anuais - dentro de 10 a 15 anos, afirmou o responsável.

"Todos os planos de estudos de viabilidade e desenvolvimento do produto estão concluídos até a fase final", declarou Ambose So.

O executivo destacou que a área a ser utilizada pelo projeto nos três países de língua portuguesa totaliza "dezenas de milhares" de quilômetros quadrados.

Ambrose So afirmou que a produção de biocombustível é "um projeto suficientemente grande e prioritário para a Geocapital" e a companhia tem planos de produção e comercialização em todos os países de língua portuguesa onde desenvolve atividades, inclusive no Brasil.

A empresa de Macau pretende produzir biocombustível na África tendo como matéria-prima o pinhão-manso (jatropha), planta não-comestível comum na África e na América e, segundo alguns especialistas, um dos meios mais confiáveis e de melhor rendimento para a finalidade.

A Geocapital nasceu da parceria entre o magnata chinês Stanley Ho, ligado ao setor de cassinos de Macau, e o investidor português Jorge Ferro Ribeiro.

Retorno local

Em declarações à Agência Lusa, Ferro Ribeiro explicou que os estudos que antecedem o investimento na África prevêem a criação de "projetos integrados, contemplando a existência de uma cadeia industrial em cada um dos países, abastecida em matéria-prima por produção agrícola local".

Além da produção garantida pela própria Geocapital, a empresa também se valerá de agricultores independentes, que terão acesso a apoio financeiro, assistência técnica e tecnológica, para assegurar um melhor aproveitamento das terras, disse Ferro Ribeiro.

Além de assegurar que "nenhuma das terras ligadas ao projeto interfere na produção agrícola tradicional", o empreendedor defendeu que os projetos vão contribuir para o "aumento e a melhoria da qualidade de outras produções agrícolas para fins alimentares, através da ampliação do quadro de apoio financeiro, técnico e tecnológico a agricultores locais e a associações de agricultores independentes".

Para Ferro Ribeiro, a fixação da empresa nos países lusófonos "terá como principais beneficiários as respectivas economias e as populações locais".

"Quer pelos impactos econômicos, quer pelos milhares de empregos diretos e indiretos gerados, os projetos serão uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida nesses países", afirmou o empresário luso.

Ferro Ribeiro destacou ainda que o projeto é importante na redução das emissões de carbono, o que será "uma significativa ajuda para o esforço internacional de reequilíbrio e sustentabilidade ambiental".

"Com estes projetos, a Geocapital avança na realização do seu propósito estratégico de atuar como instrumento empresarial na multiplicação das relações de cooperação econômica entre a China e os países de língua portuguesa, baseada na singularidade histórica e especial vocação de Macau para ser a plataforma de ligação entre o espaço econômico da lusofonia e a China", concluiu.