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Especialistas debatem ampliação da produção de biodiesel


Governo do Estado da Paraíba - 09 jun 2010 - 06:15 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:13

Cerca de mil pessoas de várias partes do Brasil e de outros países participam até a próxima quinta-feira (10) do IV Congresso Brasileiro de Mamona e do I Simpósio de Oleaginosas Energéticas. Durante quatro dias, especialistas, pesquisadores e representantes da Petrobras, Embrapa, secretarias de agricultura do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, além do Governo Federal, irão discutir formas de ampliar a produção do biocombustível.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Ruy Bezerra, que representou o governador José Maranhão na solenidade, a Paraíba é produtora de biodiesel há bastante tempo. Mamonas e outras oleoginosas, produzidas em solo paraibano, são enviadas para usinas de outros Estados para serem processadas e transformadas em óleo. Incrementar essa produção é a meta do Governo.

Para isso, ele inscreveu, só este ano, cerca de 7.500 famílias no Programa do Biodiesel, da Petrobras. Além de sementes, os trabalhadores receberão assistência técnica e a garantia que a estatal irá comprar a colheita toda a preço de mercado. Além disso, o Governo da Paraíba distribuiu outras de 1.400 toneladas de sementes e estabeleceu um calendário agrícola. "O problema é que as chuvas atrapalharam bastante nossa produção, principalmente, no Litoral e no Brejo. Mas, apesar disso, superamos nossa meta de famílias inscritas no programa da Petrobras", afirmou o secretário.

BENEFÍCIOS
De acordo com um dos palestrantes do evento, o pesquisador da Embrapa e representante da Presidência da República, Décio Gazzoni, o combustível feito a partir da extração de óleo vegetal já é uma prática existente em quase todos os Estados do Brasil. "A diferença é que alguns Estados são auto-suficientes e exportam o produto, enquanto que outros produzem em pouca quantidade e precisam importar", afirmou.

Segundo Gazzoni, o biodiesel é uma modalidade de combustível limpa que não agride o meio ambiente e é uma alternativa socialmente responsável para substituir o petróleo. Desde janeiro deste ano, se tornou obrigatório acrescentar cerca de 5% do óleo vegetal na composição do diesel. Essa mistura é usada nos motores de máquinas industriais e em veículos de grande porte.

"E já existe uma pressão sobre o governo de aumentar essa quantidade para 10%. Daí a necessidade de se incentivar a produção, já que haverá procura", observa Décio.

O chefe adjunto da Embrapa, José Manuel Cabral Dias, explicou que o evento tem a missão de aumentar a renda dos produtores locais e gerar uma alternativa de emprego e renda. Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países onde se pode ter biodiesel em todas as regiões. O que muda é o tipo da cultura característico de cada local.

"Na região Norte, por exemplo, esse combustível é feito a partir do dendê. No Nordeste, prevalecem a mamona, o algodão e o amendoim. No Centro-Oeste, é a soja, o pião manso e a macaúba, uma espécie de palmeira muito comum por lá. Então, esse evento vai permitir o estudo das vocações regionais e melhorar a renda e o emprego do homem do campo", declarou.

O pesquisador ainda ressaltou que a Paraíba oferece condições favoráveis para a cultura da mamona, pião manso, algodão, dendê e amendoim. No entanto, apesar disso, ainda é preciso elaborar um planejamento estratégico para desenvolver a produção do biodiesel no Estado.

"Não basta apenas ter a cultura. É preciso ter compromisso e assegurar que a produção seja comprada. Não adianta ter produção e usina sem ter quem compre. É sobre isso que iremos discutir aqui", observou.

USINA NA PARAÍBA
Ruy Bezerra declarou que o governo pretende instalar uma usina de biodiesel no Estado. Mas, antes disso, é preciso assegurar a produção dos vegetais que serão usados como matéria-prima. "Tem que ter produção para ter usina. Por isso, estamos inscrevendo as famílias do programa da Petrobras, distribuindo sementes e incentivando as culturas usadas na confecção do biocombustível", destacou.

O agronegócio corresponde apenas a 7% do Produto Interno Bruto da Paraíba. O secretário destacou que esse percentual já alcançou a marca de 25% há cerca de 20 anos, quando as culturas do algodão e do sisal estavam no auge.

"Com o declínio dessas culturas, ficamos apenas com a cultura da cana-de-açúcar. Compete à comunidade cientifica a missão de buscar as repostas para resolver esse problema. Este é o objetivo desse congresso. O Governo do Estado está se comprometendo com a questão do biodiesel e vem colocando essa cadeia produtiva para funcionar", acrescentou Bezerra.

Os eventos têm duração de quatro dias. Apresentação de 400 trabalhos científicos sobre o tema, palestras, cursos, lançamento de livros e exposição de painéis e de máquinas farão parte da programação.

Nathielle Ferreira