Empresário impede que óleo polua rios

Há pouco mais de um ano o empresário Carlos Gianellini Netto, 33 anos, impede que milhares de litros de óleo de cozinha usados  poluam as águas dos rios de Rio Preto e região.

Em abril de 2009 ele iniciou o trabalho “formiguinha” de conscientizar a população de Rio Preto para que não jogue o produto usado nos ralos da cozinha. Atualmente recolhe em torno de 4 mil litros de óleo por mês.

Conta com a parceria de fiéis de 14 igrejas católicas e três evangélicas. Também atua em parceria com ONGs e condomínios residenciais.

Essa foi a forma encontrada por Carlos, que veio de São Paulo para Rio Preto, para alcançar o maior número de pessoas.

Social
Não é mera doação. Ele paga R$ 0.40 por cada litro de óleo que é entregue. “Com o dinheiro, entidades e as igrejas conseguem suprir algumas de suas carências e prestar serviços sociais.” A maioria usa o dinheiro para a compra de cestas básicas que são entregues para famílias pobres. Mesmo os moradores dos condomínios podem usar o dinheiro em melhorias.

Mas é esse público o mais resistente. Ele tem pontos de coleta em sete condomínios. “São necessários, em média, seis meses para armazenar 20 litros de óleo usado em cada ponto de condomínio.”

Ambiental
Carlos deixou a área de publicidade e decidiu ser empresário. Mas de um ponto não abria mão. Teria de ser uma empresa que contribuísse com o meio ambiente. Optou pela reciclagem do óleo de cozinha usado. “Optei pelas futuras gerações.”

Agora ele está “na briga” para conseguir que seja criada lei em Rio Preto que imponha aos restaurantes a destinação correta do óleo usado.

Estudos da Sabesp mostram que cada litro de óleo   polui cerca de 25 mil litros de água. Cria uma fina camada sobre a superfície das águas que impede a passagem da luz, eliminando microorganismos essenciais para a vida subaquática.

E 45% dos custos das empresas de água e esgoto do Brasil são gastos na desobstrução das galerias de esgoto.

Campanha
A 1ª Semana da Reciclagem de Rio Preto, promovida pela Secretaria de Meio Ambiente é vista com bons olhos pelo empresário. A iniciativa marca o Dia Municipal da Reciclagem de Lixo, comemorado nesta quarta. Contudo, diz que é preciso um trabalho intenso de conscientização para que a população abandone o antigo hábito de jogar óleo na pia. “Eu pago pelo óleo para que seja interessante que essas continuem guardando o produto para mim.”

O óleo coletado por Carlos é entregue para indústrias que o transformam em biodiesel, ração animal, tinta a óleo e outros produtos.

Nany Fadil