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Congresso define futuro das pesquisas com pinhão-manso


Embrapa Agroenergia - 17 nov 2009 - 05:41 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09

Mais de 400 participantes do I Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão Manso debateram em Brasília nos dias 11 e 12 deste mês o estado da arte desta oleaginosa com a realização em uma conferência, 19 palestras, em 3 mesas-redondas e sessões técnicas. Além disso, os resultados dos trabalhos discutidos nos grupos especiais: tecnologia agronômica, industrial e estudos transversais servirão como de base para a finalização do documento do programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação do pinhão-manso a ser enviado pela Embrapa ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento até o final de novembro deste ano.

O evento, que contou com representantes de todos os estado brasileiros e de oito países, foi aberto pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes declarando que o pinhão-manso é a matéria-prima do futuro para atender o biodiesel. Para isso, ainda faltam dados de pesquisa mais concretos.

Nesse ano, mais de 240 trabalhos foram inscritos e 203 selecionados para apresentação e publicados nos Anais-CD-Rom. “Este resultado se deve à construção compartilhada de uma agenda com informações baseadas em dados e resultados de pesquisas”, enfatizou Frederico Durães.

O Congresso se firmou como um importante fórum para tratar destas questões de avanço do conhecimento, do monitoramento e qualificação da expansão de áreas com pinhão manso e dos critérios para a ampliação da parceria público-privada no Brasil, ressaltou Durães.

Representando a ABPPM, o diretor técnico Luciano Piovesan, mostrou-se muito satisfeito com os resultados obtidos no Congresso e disposto a ampliar as parcerias entre os produtores de pinhão-manso e as instituições de pesquisa para apressar e consolidar a utilização da oleaginosa como matéria-prima para o biodiesel.

José Honório Accarinni, representante da Casa Civil no Congresso, expressou a opinião de que o país necessita de alternativas energéticas para conferir maior sustentabilidade de alternativas energéticas à matriz energética brasileira e diminuir a dependência do suprimento de combustíveis fósseis.

Na visão do Chefe Geral da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão, o Congresso foi oportuno para que se conheçam os trabalhos de pesquisa com essa oleaginosa que estão sendo feitos no País. Beltrão salienta que as pesquisas estão em andamento e os dados ainda são preliminares para ser transferidos aos produtores, mas destaca que o pinhão-manso tem grande potencial para atender a cadeia do biodiesel. “Antes, devemos conhecer melhor a planta, para assim definirmos os locais a ser cultivados. Precisamos ter cautela, pois pesquisa é uma coisa demorada e cuidadosa”, diz Beltrão, reforçando que é hora de investir na pesquisa.

Para o pesquisador, Luiz Fernando Campuzano, da Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria-Corpoica, a expectativa foi ver os resultados de pesquisa no Brasil, com dados. “Foi satisfatório, mas esperávamos mais dados, mas entendemos que os trabalhos são recentes”. Os trabalhos apresentados nos posteres e os contatos foram o ponto mais significativo do Congresso. O fortalecimento da parceria com a Embrapa, e com outras instituições ligadas ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura/IICA, foi outro ponto fundamental para toda a comitiva colombiana formada por 4 pesquisadores e 2 produtores.Na Colômbia, estão estruturando o programa de pesquisa genética, manejo agrônomo, apenas há 2 anos, onde já têm um banco de germoplasma com acessos de todo a Colombia. O Secretario Executivo do PROCITROPICOS, Jamil Macedo, reforçou a importância da parceria entre os países da América em os trabalhos de pesquisa com biocombustíveis, em especial com pinhão-manso.

Alessandro Berti, engenheiro da Nóvabra Energia Es AS, empresa de produção de energias renováveis, localizada na Itália também teve a mesma impressão do Congresso. “Os dados discutidos e apresentados ainda são preliminares. Mas, acredito que haja boas perspectivas para os próximos eventos”. Para o engenheiro, os trabalhos do Congresso, considerando o curto prazo das pesquisas, foram bons em relação aos que já participou na Europa com a mesma temática.

Na fala final do Chefe-Geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, anunciou a realização do II Congresso no segundo semestre de 2011. O pinhão manso é uma espécie não domesticada e com potencial de produção de óleos e resíduos. Neste Congresso, os dados apresentados indicam foco para novas pesquisas e experiências.

Daniela Garcia Collares