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Ceará quer elevar produção de mamona em 2008


O Povo - CE - 03 nov 2007 - 18:30 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23
O próximo ano promete ser o ano do biodiesel no País e o Ceará quer elevar a produção de mamona de 5,6 mil toneladas (2007), para 45 mil toneladas, em 2008. Isso representa um aumento de 701,4%

A promessa do Governo do Ceará de arrancada na produção de mamona deve ser adiada para 2008. A safra colhida este ano deve ficar em 5.615 toneladas, conforme o último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa uma redução de 27,23% em relação à produção inicialmente esperada para 2007, que era de 7.716 toneladas. Mesmo diante do cenário pouco animador, o Estado quer garantir sua fatia no mercado de biodiesel do País e, para isso, estabeleceu metas ambiciosas para 2008. No próximo ano, o objetivo é atingir uma colheita de 45 mil toneladas de mamona e ampliar em quase cinco vezes a área plantada com a oleaginosa, passando dos atuais 10,6 mil para cerca de 50 mil hectares.

Segundo o assessor estratégico do Programa Biodiesel do Ceará da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Walmir Severo, a redução da safra este ano foi reflexo dos fatores climáticos desfavoráveis, leia-se estiagem. "As poucas chuvas coincidiram com o plantio, entre a segunda quinzena de março e a primeira semana de abril. As plantas se desenvolveram pouco e isso reduziu a produtividade", explica. No ano passado, a safra de mamona no Estado já tinha registrado diminuição de 55% com relação a 2005, ficando em 4.393 toneladas. Em 2005, a colheita foi de 9.765 toneladas. "No ano anterior, a safra caiu por falta de uma política de garantia de preço mínimo de compra", acrescenta.

De acordo com Walmir Severo, o Governo do Estado, através do Programa Biodiesel do Ceará, adotou medidas para "fechar a cadeia produtiva", solucionar os gargalos e alavancar a produção de mamona. Para isso, o Estado está investindo R$ 10 milhões este ano e R$ 21 milhões em 2008. Uma das principais medidas é que o Estado garante ao produtor um preço mínimo de compra de R$ 0,70 por quilo de mamona. "Garantimos a compra em qualquer quantidade", acrescenta.

Outras ações, conforme Severo, são fornecer gratuitamente aos produtores as sementes e o calcário para correção do solo com 50% de subsídio. Assim como assistência técnica, através de parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Ceará (Fetraece), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Petrobras e Brasil Ecodiesel.

Walmir Severo lembra que os agricultores familiares recebem ainda um incentivo de R$ 150 por hectare plantado com mamona ou girassol, até o limite de três hectares (ou R$ 450). "Este dinheiro é pago em duas parcelas a fundo perdido, uma após o plantio e a outra no momento da colheita". Além das 45 mil toneladas de mamona, o Governo espera que sejam colhidas outras 7.500 toneladas de girassol em 2008, somando um total de 52.500 toneladas com as duas oleaginosas. Essa produção será direcionada para as duas usinas de biodiesel no Estado, a da Brasil Ecodiesel em Crateús, e da Petrobras, em Quixadá. A da Ecodiesel já está em operação desde o início deste ano e a da Petrobras, segundo informações da assessoria de imprensa da estatal, entra em operação no segundo trimestre de 2008.

Segundo o especialista da SDA, as duas usinas juntas terão capacidade de absolver a produção de 450 mil hectares plantados de mamona. Por isso, além do Ceará, deverão fornecer a matéria-prima para as usinas agricultores de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí.

Oswaldo Scaliotti
Tags: Mamona