PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Em Foco

Cargill prevê crescimento moderado de biocombustíveis


Reuters - 15 set 2011 - 14:28 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:17

A americana Cargill prevê um crescimento mais lento no futuro para indústria de biocombustíveis e não apoia a obrigatoriedade governamental da mistura de bioetanol ou biodiesel aos combustíveis fósseis, pois isso distorce as indicações de preços. "Nossa visão nos biocombustíveis é que eles vieram para ficar, mas nós provavelmente não veremos um crescimento como o da última década", afirmou o vice-presidente da Cargill, Paul Conway, à Reuters nesta quinta-feira.

Conway disse que a Cargill é fortemente contra a adoção da mistura obrigatória, que tem sido a base para grande parte da expansão da indústria de biocombustíveis, particularmente nos Estados Unidos e Europa. Alguns governos determinam, por decreto, um nível específico de mistura ou produção de biocombustíveis, independente do preço.

"Não use mandatos porque eles são muito perigosos em termos do que fazem com os preços", disse Conway, acrescentando que a obrigatoriedade pode afetar sinalizações de preços necessárias para determinar oferta e demanda.

A União Europeia planeja elevar a participação dos biocombustíveis nos transportes rodoviários a cerca de 10% até 2020. Nos Estados Unidos, a meta para o biocombustível convencional, principalmente o etanol à base de milho, deve subir em 600 milhões de galões no próximo ano, para 13,2 bilhões de galões. A maior parte dos biocombustíveis é produzida por insumos usados na alimentação, como milho e óleos vegetais.

No começo deste ano, dez agências, incluindo o Banco Mundial e o Programa Mundial de Alimentos, pediram aos governos que interrompessem seus programas de apoio aos biocombustíveis, porque impulsionavam os preços de alimentos.

Somente nos Estados Unidos, a indústria de etanol consome 40% da safra local de milho para a produção de etanol. O mercado europeu de biocombustíveis é mais focado em biodiesel, que é derivado principalmente de óleos vegetais. "Eu vejo pouca demanda na Europa em geral por etanol. A Europa é muito um mercado de diesel, nós não vemos a Europa seguindo o caminho dos Estados Unidos e Brasil em termos de etanol como combustível dominante", disse Conway.