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Brasil Ecodiesel quadruplica prejuízo


Valor Econômico - 31 mar 2009 - 19:38 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Em fase em que atua em "módulo de sobrevivência", conforme ilustrado por seus executivos na teleconferência de apresentação de seus resultados, realizada ontem, a Brasil Ecodiesel encerrou 2008 com um prejuízo consolidado de R$ 197,1 milhões, perda mais de quatro vezes superior à do ano anterior, que foi de R$ 45,9 milhões. No quarto trimestre, o prejuízo líquido cresceu e foi de R$ 64,3 milhões.

Mesmo com esse desempenho, a companhia considera que o pior de sua fase de reestruturação já ficou para trás. Ela ainda deve se estender até o segundo trimestre deste ano, de acordo com José Carlos Aguilera, presidente e diretor de relações com investidores da empresa.

Ainda sob a estratégia de recuperação de seu espaço - a Brasil Ecodiesel era, até o primeiro semestre de 2008, a maior produtora de biodiesel do país -, a companhia anunciou um aumento de capital de R$ 30 milhões. Não se trata de dinheiro novo, mas de acordo com dois credores, que propuseram converter os créditos em ações de emissão da empresa, ao preço de subscrição de R$ 0,70.

No segundo trimestre de 2008, em uma combinação de deterioração das condições de mercado, ociosidade de suas usinas e provisão para perdas diversas, os problemas da Brasil Ecodiesel se acentuaram. Somou-se a esses fatores a queda dos volumes de biodiesel retirados pela Petrobras, o que levou a empresa a uma batalha judicial com a estatal.

A Brasil Ecodiesel credita o início de seus problemas financeiros à revogação, pelo governo, do plano de abertura do mercado de venda de biodiesel. Em vez do mercado livre, que seria adotado em 2008, as compras permaneceram sendo feitas por meio dos leilões organizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com a disparada dos preços da soja, base da produção nacional do biodiesel, o custo de produção do combustível acabou ficando bem acima do preço praticado no leilão do segundo trimestre de 2008.

"Mas, no quarto trimestre, a empresa passou a obter margem bruta positiva. Isso mostrou que ela é rentável e que a operação é viável", disse, na teleconferência de apresentação dos resultados, Eduardo de Come, diretor financeiro da Brasil Ecodiesel.

O processo de reestruturação da companhia incluiu, além de cortes de custos e pulverização das fontes de matéria-prima, acordo com os credores para alongamento das dívidas. Com isso, a situação no encerramento de 2008, conforme o balanço apresentado pela empresa, as dívidas de curto prazo caíram de R$ 141,2 milhões no fim de 2007 para R$ 102,9 milhões em dezembro do ano seguinte. Os vencimentos de prazo mais longo cresceram, no mesmo intervalo, de R$ 36,7 milhões para R$ 188,5 milhões

Tags: Ecodiesel