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RN: "Biodiesel do girassol sairá por R$ 0,50 o litro"


Diário de Natal - 10 ago 2007 - 07:28 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O Rio Grande do Norte se prepara para produzir o biodiesel a partir da semente do girassol. A cultura desse vegetal promete ser uma nova vedete para os produtores rurais e a agricultura familiar, além de um alento aos ambientalistas. A tendência mundial é a substituição do diesel proveniente do petróleo para o biodiesel, que reduz 78% as emissões de gás carbônico na atmosfera. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) vai obrigar (mediante Lei 1.097/95) os estados brasileiros a adicionarem 2% de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor já no próximo ano. E ainda não há produção de biodiesel, proveniente do girassol ou qualquer outro vegetal oleaginoso no estado.

A meta da Petrobras é plantar cinco mil hectares de girassol em 2008. A área deverá render 1,5 toneladas de sementes (ou 600 quilos de óleo vegetal extraído do girassol). É o suficiente para atender à exigência do governo federal e abastecer o estado com os 2% de biodiesel, segundo o diretor administrativo da Cooperativa Norteriograndense de Produtores de Plantas Oleaginosas (Coopoleo), Marcos Aurélio. O preço do biodiesel a ser comercializado girará em torno de R$ 0,50 a R$ 0,55. Segundo estudo de viabilidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), 68 municípios potiguares estão aptos ao plantio da semente do girassol, devido às suas condições climáticas e de solo.

O programa federal estima a mistura de 20% de biodiesel ao óleo fóssil (proveniente do petróleo) até 2013. E a projeção da Petrobrás é aumentar a área produtiva da cultura do girassol dos 5 mil hectares em 2008 para 20 mil hectares em 2009. A tendência, afirma Marcos Aurélio é a de que a matéria-prima no estado para o trabalho de plantio e colheita do girassol seja insuficiente e a estatal precise importar de outros estados, mesmo sendo a cultura do girassol de fácil manejo.

Marcos Aurélio conta que o mercado para o biodiesel no estado está desacreditado. É que em 2005 a colheita da semente da mamona foi frustrante pela falta de mercado consumidor e os produtores rurais temeram a continuidade do plantio. Agora, com a exigência do programa federal, a Petrobrás garantiu, segundo Marcos Aurélio, a compra de toda a produção e excedente de sementes de girassol do estado.

A renda anual líquida de uma família do Semi-Árido, a partir do cultivo de cinco hectares com mamona e uma produção média entre 700 e 1,2 mil quilos por hectare, pode variar entre R$ 2,5 mil e R$ 3,5 mil. Na colheita do girassol, cada hectare produz cerca de 2 mil a 2,5 mil quilos de semente por hectare. Isso significa que ele pode gerar em torno de mil litros de biodiesel por hectare. Se comercializado por R$ 0,50, a renda média anual do produtor é de R$ 5 mil.

Os agricultores familiares que desejarem participar da cadeia produtiva do biodiesel têm à disposição uma linha de crédito adicional do programa nacional para o cultivo de oleaginosas. Com isso, o produtor terá uma possibilidade a mais de gerar renda, sem deixar a atividade principal de plantio de alimentos. O uso comercial do biodiesel terá apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Biodiesel prevê financiamento de até 90% dos itens passíveis de apoio para projetos com o Selo Combustível Social e de até 80% para os demais projetos. Os financiamentos são destinados a todas as fases de produção do biodiesel.

As prefeituras interessadas em receber sementes, capacitação, instruções-informativas e assistência técnica para o cultivo da semente do girassol devem acessar o e-mail coopoleo@natal.digi.com.br ou entrar em contato pelo celular 9982-1538.

SÉRGIO VILAR